Fundações lançam manifesto em defesa da democracia, contra o golpe
Documento com assinaturas de mais de 500 intelectuais, professores, artistas e juristas será encaminhado à presidência da República
As fundações Perseu Abramo, Maurício Grabois e Leonel Brizola-Alberto Pasqualini lançaram ontem um manifesto em defesa da democracia, que conta com a assinatura de mais de 500 intelectuais, professores, artistas, juristas e escritores. O documento vai ser encaminhado à Presidência da República e à Presidência do Congresso Nacional, além das lideranças de bancadas partidárias do Congresso Nacional. Entre os signatários, estão os filósofos Marilena Chauí e João Quartim de Moraes, a urbanista Hermínia Maricato, a psicanalista Maria Rita Kehl, os economistas Luiz Gonzaga Beluzzo e Ladislau Dowbor, o vice-presidente da SBPC, Ênio Candotti, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, o ex-presidente da OAB, José Roberto Batochio, os cientistas políticos Moniz Bandeira e Luiz Fernandes, o presidente da UBE (União Brasileira de Escritores) Durval Noronha Goyos Jr., o poeta Augusto de Campos, o ator Sérgio Mamberti, a vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, o jornalista Venício de Lima, o advogado e ex-governador do Rio Grande do Sul, Alceu Collares, o engenheiro Roberto Saturnino Braga e o professor emérito da USP Alfredo Bosi, entre outros.
Manifesto
NÃO AO IMPEACHMENT, EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DO DESENVOLVIMENTO
Ao oficializar a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidenta da República, Dilma Rousseff, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em conluio com segmentos interessados na interrupção do atual ciclo político do país, desencadeou a marcha de um golpe descarado. No pano de fundo nacional, grandes interesses daqui, e também forâneos, visam a fazer com que a campanha golpista possa liquidar a construção de um Projeto Nacional de Desenvolvimento.
É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma manobra golpista hipócrita e irresponsável.
Como defensores do Estado Democrático de Direito, manifestamos nossa firme defesa da legalidade democrática e repelimos enfaticamente essa manobra que atenta contra a Constituição Federal.
Diante dessa polarização desencadeada por forças políticas reacionárias, assumimos a defesa da democracia, do respeito à soberania do voto e dos interesses maiores da nação. O presente momento é de união de todos os democratas, independentemente de opções políticas e partidárias, para a defesa da democracia como base do progresso social. Cumpre-nos, pois, condenar energicamente a atitude dos que tramam para pisoteá-la.
Defendemos uma ampla mobilização da sociedade para derrotar essa escalada golpista e fazer valer a vontade popular manifestada nas eleições de 2014, que confere legalidade e legitimidade ao mandato da presidenta Dilma Rousseff.
Saiba quem são os signatários do documento.