Números do Mapa da Violência mostram que a população negra brasileira é a mais vulnerável à violência no país

Ano 3 – nº 244 – 19 de novembro de 2015

Semana Nacional da Consciência Negra: violência e raça no Brasil

Na Semana Nacional da Consciência Negra trazemos dados do Mapa da Violência no Brasil. Números mostram que a população negra brasileira é a mais vulnerável à violência no país: as taxas de homicídio da população branca tendem, historicamente, a cair, enquanto aumentam as taxas de mortalidade entre os negros. Por esse motivo, nos últimos anos, o índice de vitimização da população negra cresceu drasticamente.

Quanto aos jovens, embora as taxas de homicídio de jovens brancos de 16 e 17 anos tenham caído 16,7% de 2003 a 2013, entre os jovens negros de mesma idade ela cresceu de 50,0 por 100 mil para 66,3 (crescimento de 32,7%). Com esse diferencial, se em 2003 eram assassinados proporcionalmente 71,8% mais negros que brancos, esse percentual passa a 173,6% em 2013. Essa diferença percentual consiste na chamada vitimização.

Quanto às mulheres, os dados mostram que a taxa de homicídio de brancas caiu 11,9%: de 3,6 por 100 mil brancas, em 2003, para 3,2 em 2013. Em contrapartida, a taxa das mulheres negras cresceu 19,5%, passando de 4,5 para 5,4 por 100 mil. Com esse diferencial de crescimento, as taxas de ambos os grupos de mulheres foram se afastando e o índice de vitimização negra, se em 2003 era de 22,9%, foi crescendo lentamente para, em 2013, chegar a 66,7%. A vitimização negra para homicídios de mulheres, no entanto, apresenta grandes disparidades entre as Unidades da Federação, como se percebe no gráfico abaixo.

Vitimização negra nos homicídios de mulheres. Brasil, 2013

Tais dados mostram alguns dos desafios para as políticas públicas, em enfrentar os altos índices de violência contra jovens negros e mulheres, com mais estudos e políticas específicas para esta população.

Para ler mais:

Governo abre semana nacional da consciência negra
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2015 | Homicídio de Mulheres no Brasil
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2015 | Adolescentes de 16 e 17 anos no Brasil
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* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade da sua autora, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
 

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