IPCA, calculado pelo IBGE, apresentou nova aceleração no mês de outubro, passando de 0,54% em setembro para 0,82%

FPA Informa - Conjuntura 330

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Ano 3 – nº 330 – 06 de novembro de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL

IPCA volta a acelerar em outubro, puxado pelo preço de combustíveis: O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, apresentou nova aceleração no mês de outubro, passando de 0,54% em setembro para 0,82% no mês passado. Essa aceleração ocorreu, dentre outros motivos, pelo aumento no preço dos combustíveis, que tiveram elevação de 6% autorizada nas refinarias a partir do final do mês de setembro, impactando os preços da gasolina e diesel no mês de outubro. Segundo o IBGE, 37% da inflação do mês decorreram diretamente do aumento de preços dos combustíveis, que tiveram um impacto de 0,3 ponto no total de 0,82% e fizeram com que o grupo “transportes” tivesse alta de 1,72%, contra elevação de 0,71% no mês anterior. Com este aumento, o IPCA alcançou a marca de 8,52% de elevação no ano, sendo 9,93% no acumulado de 12 meses.

Comentário: Os reajustes nos preços da gasolina já somam 17,93% no acumulado de 12 meses, tendo subido mais rapidamente em Recife (23,38%) que em outras capitais. A política de reajustes de preços administrados, adotada pelo governo no início do ano como estratégia para equilibrar o caixa das empresas e do tesouro (além de reequilibrar os preços relativos de combustíveis e energia), teve um elevado impacto na inflação, exigindo um aperto monetário que afeta o custo da dívida pública. Mais grave que isso, parece ter realimentado um mecanismo de indexação de preços e tarifas públicas, que carrega a inflação de custos do passado para o futuro, tornando a queda da inflação mais lenta e gradual mesmo em um cenário recessivo. Em um quadro de instabilidade cambial e sendo o petróleo cotado em dólar (assim como o reajuste de várias tarifas, impactadas pelo câmbio através do IGP-M), é esperado que novos reajustes dos preços dos combustíveis ocorram caso o câmbio volte a se desvalorizar. Sendo assim, uma das principais estratégias de controle da inflação hoje seria a regulação do mercado de câmbio, impedindo sua oscilação demasiada e garantindo um horizonte de planejamento para o empresário. O atual patamar do câmbio real parece adequado para a realidade brasileira, sendo necessário defendê-lo e evitar volatilidades derivadas de especulação com nossa moeda.

 
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