PME aponta que a taxa de desemprego voltou a subir em junho, alcançando a marca de 6,9%

Ano 3 – nº 296 – 23 de julho de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL

Desemprego volta a subir em junho e se aproxima de 7%, segundo IBGE: A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada nesta manhã, 23 de julho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que a taxa de desemprego no Brasil voltou a subir no mês de junho, alcançando a marca de 6,9%, após registrar 6,7% no mês de maio. Em relação a junho de 2014, quando a taxa de desemprego era de 4,8%, verificou-se o crescimento de 2,1% no indicador, que voltou ao patamar de junho de 2010, quando havia registrado 7% de desemprego. A população desocupada permaneceu estável na comparação mensal (1,7 milhão de pessoas), mas cresceu 44,9% na comparação com junho de 2014. Já a população ocupada, apesar de se manter estável na comparação mensal, recuou 2% desde o início do ano. De acordo com o Ministério do Trabalho, o mês de junho apresentou um fechamento líquido de 111,2 mil vagas, acumulando 345 mil vagas a menos ao longo dos primeiros seis meses de 2015. O setor da indústria de transformação continua liderando a redução no número de empregos, tendo fechado 64,2 mil vagas apenas no mês de junho. Com o objetivo de evitar o aumento ainda maior do desemprego, o governo lançou o Plano de Proteção ao Emprego (PPE), que começou a funcionar no dia 22 de julho.

Comentário: O aumento do desemprego e a queda do rendimento médio real do trabalhador são as faces mais cruéis do atual período recessivo. Esta combinação deprime o consumo das famílias, que servia de último bastião para a manutenção do crescimento econômico do país. Para alguns economistas, esta mudança é necessária, pois apenas rebaixando os salários reais o país será capaz de retomar sua capacidade de competir internacionalmente e, ao mesmo tempo, reduzir as pressões inflacionárias. Evidentemente esta abordagem liberal desconsidera fatores decisivos para analisar o desenvolvimento de um país, tais como estrutura produtiva, taxa de câmbio, inovação tecnológica, dentre vários outros. Na realidade, é a aplicação deste “ajuste no salário real”, executada através da adoção de uma política fiscal, monetária e creditícia mais restritivas, que tem aprofundado as tendências recessivas e inflacionárias da economia brasileira, sem apontar nenhum caminho de saída para a atual espiral negativa. A importante iniciativa do governo ao lançar o PPE e medidas como a aceleração do programa de concessões de infraestrutura só serão bem sucedidas caso a política econômica como um todo deixe de priorizar o “ajuste no salário real” e passe a priorizar aquilo que realmente está causando todos os desequilíbrios atuais: o baixo crescimento e a queda nos investimentos produtivos. Os resultados econômicos já demonstram que o atual “ajuste” apenas está amplificando os desajustes da economia nacional, sem resolver as questões fiscais, inflacionárias e de crescimento conforme prometera.
 
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