Queda no varejo: resultado superou a previsão dos analistas; sete das dez atividades pesquisadas trazem números negativos

FPA Informa - Conjuntura 292

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Ano 3 – nº 292 – 15 de julho de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL

Queda das vendas no varejo em maio deve aprofundar baixa do PIB: Em maio, as vendas no comércio varejista brasileiro apresentaram a quarta queda consecutiva, recuando 0,9% na comparação com o mês imediatamente anterior. O resultado superou a previsão média dos analistas, que esperavam uma queda de apenas 0,1%, com sete das dez atividades pesquisadas apresentando números negativos. Com este resultado, as vendas no varejo acumulam queda de 2% no ano e 0,5% nos últimos 12 meses, revertendo a tendência de crescimento verificada nos últimos anos. A receita nominal do setor varejista, no entanto, se manteve estável na comparação mensal, mantendo ainda um aumento nominal de 4,1% no ano e 5,7% no acumulado de 12 meses. Já o varejo ampliado, que inclui a venda de automóveis, motos e autopeças, apresentou queda de 1,8%, acumulando 9% de retração apenas em 2015 e 5% no indicador acumulado em 12 meses. No caso do varejo ampliado, a queda das vendas veio acompanhada de uma queda da receita nominal do setor, que apresentou retração de 0,9% na comparação mensal e 0,8% no acumulado de 12 meses.

Comentário: A desaceleração do consumo das famílias é generalizada, atingindo quase a totalidade dos setores comerciais, incluindo supermercados e mais fortemente o setor de bens duráveis. As causas para esta queda são conhecidas: aumento do desemprego, da incerteza, queda da renda, da confiança e do crédito. Este conjunto de fatores fez com que o último motor que empurrava a economia nacional rumo ao crescimento fosse desligado, após os motores do setor externo e dos investimentos já terem sido abalados e desligados nos anos anteriores. Com essa queda forte, certamente o PIB do segundo trimestre do ano deverá se manter no campo negativo, possivelmente apresentando um quadro ainda mais recessivo do que o vislumbrado no primeiro trimestre. Dados do Serasa apontam para queda mensal do PIB de 0,8% em maio, que devem ser confirmados esta semana com a divulgação do IBC-Br pelo Banco Central. Independentemente do tamanho da recessão do segundo trimestre, o fato realmente preocupante é que não parece haver nenhum dado importante que aponte para a retomada do crescimento, do investimento e do consumo ainda em 2015. A mudança na política econômica rumo a um caminho de austeridade fiscal e monetária parece não ter ainda alcançado seu objetivo de recuperar as expectativas, nos legando por hora apenas os efeitos recessivos dos ajustes.
 
AGENDA DO DIA
EVENTO HORÁRIO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
PIB – China 0h NBS
Produção Industrial/EUA 10h15 Sec. de comércio
Livro Bege/EUA 9h30 FED
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