Indicadores de confiança permanecem em queda passados seis meses do ajuste: Seis meses após o governo anunciar a adoção de um ajuste fiscal, com o objetivo de recuperar as finanças públicas e reestabelecer um cenário de maior confiança da economia brasileira, os principais indicadores de confiança permanecem em queda livre. Na indústria, pesquisa da FGV/Ibre aponta que, em junho, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 4,9%, alcançando a marca de 68,1 pontos (onde qualquer dado abaixo de 100 significa retração). A queda acumulada apenas no segundo trimestre de 2015 já alcança 13%, com destaque para o nível baixo do índice de expectativas (IE), que alcançou 65,8 pontos em junho. No setor de serviços o cenário se repete, com o Índice de Confiança dos Serviços (ICS), medido pela FGV, tendo recuado 4,5% em junho, para 80,7 pontos, menor nível em sete anos. Na comparação com junho de 2014, a queda acumulada alcança 26%, com queda acentuada no Índice de Situação Atual (ISA), que recuou 8% no mês de junho e 18,2% no segundo trimestre de 2015.
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Comentário: A recuperação da confiança na economia brasileira parece só ser encontrada em alguns círculos financeiros muito limitados, felizes que estão com a retomada do nível de rentabilidade dos investimentos financeiros. Na economia real, tanto os setores industrial, de serviços e comercial parecem compartilhar de uma visão pouco otimista do Brasil, fato apenas acentuado pelo ajuste hora em curso. Sem entregar a esperada retomada da confiança empresarial, dificilmente o Brasil reencontrará o caminho do crescimento econômico acelerado, podendo achar algum alívio para suas agruras na recomposição dos indicadores externos, em decorrência da queda no nível de importações e da atração de capital estrangeiro (dadas as elevadas taxas de juros). Apesar disso, é crescente a sensação de que o discurso e a estratégia do governo para recuperar o crescimento através da adoção de um ajuste fiscal e monetário está apresentando elevados custos para a economia nacional, em particular no que diz respeito ao emprego e à inflação, sem trazer o esperado bônus da recuperação da confiança empresarial. |
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