Segundo recente estudo da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco), a participação das mulheres na produção cultural, bem como as barreiras enfrentadas por elas, é uma forma de avaliar o papel das mulheres na construção das representações culturais de cada país.

Como exemplo desta questão – apesar das limitações quanto aos dados – o estudo traz uma análise da participação das mulheres como diretoras de filmes: compara a participação de filmes dirigidos por mulheres nos países que compõem os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) nos grandes festivais internacionais de Cinema de 1981 a 2013 e nota que houve um aumento da participação de filmes dirigidos por mulheres nesses grandes festivais para o conjunto de países analisado.

Também, os dados para os festivais de filmes internacionais são corroborados pelos dados dos principais festivais nacionais de cinema dos BRICS, segundo o gráfico abaixo com dados retirados do estudo, e participação de filmes dirigidos por mulheres, segundo o estudo, tem sido crescente ao longo dos anos.

O estudo da Unesco mostra sub-representação das mulheres na indústria cultural, fato este que se torna mais grave se somado à questão de raça/cor, como mostra um estudo do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (IESP/UERJ): no caso do cinema brasileiro, mulheres negras têm muito pouco espaço, seja como diretoras, roteiristas e até mesmo atrizes. No entanto, considera-se muito positivo que, como aponta o estudo, as mulheres estejam conseguindo mais espaço.