Dados divulgados nesta manhã pelo IBGE e pela Receita Federal acrescentam indicadores negativos para o mês de maio
Ano 3 – nº 289 – 25 de junho de 2015
ECONOMIA NACIONAL
Desemprego em alta e arrecadação em baixa marcaram mês de maio: Dados divulgados nesta manhã pelo IBGE e pela Receita Federal acrescentam indicadores negativos para o mês de maio. De acordo com o IBGE, o desemprego (segundo a Pesquisa Mensal de Emprego) avançou novamente no mês de maio, encerrando o período em 6,7%, acima dos 6,4% registrados em abril. O aumento da taxa de desemprego se deu tanto pelo fechamento de vagas, quanto pelo aumento na procura por emprego, com consequente elevação na PEA. A população desempregada apresentou expansão de 75 mil pessoas na comparação mensal (acréscimo de 4,8%) e 454 mil pessoas na comparação com maio de 2014 (aumento de 98,5%). Já o aumento da PEA foi de 94 mil pessoas apenas na passagem do mês de abril para maio. Além do aumento do desemprego, verificou-se a continuidade da queda na renda média real habitual do trabalho, recuando 1,9% ante abril ( R$ 2.117,10) e 5% na comparação com maio/2014. Já pelo lado da arrecadação, a Receita Federal informou um decréscimo de 4% na arrecadação total de tributos em maio na comparação com maio/2014, totalizando queda de 2,95% nos primeiros cinco meses de 2015 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Com estes resultados fiscais, fica cada vez mais distante a possibilidade do governo atingir a meta de 1,1% de superávit primário em 2015, crescendo a certeza de que tal meta deverá ser rediscutida junto ao Congresso Nacional.
Comentário: O aumento do desemprego era um fenômeno esperado e desejado pela política de ajustamento fiscal e monetário. A referência a “ajustes no mercado de trabalho” no discurso das autoridades econômicas dá conta de uma redução no nível de crescimento dos salários, possível apenas em um cenário de aumento do desemprego. No entanto, a rápida velocidade com que a deterioração do mercado de trabalho vem acontecendo torna cada vez mais urgente a criação de um Plano de Preservação dos Empregos (PPE), sob o risco de o aumento das demissões tomar uma proporção de crise social, afetando a estrutura das famílias brasileiras e a possibilidade de retomada do crescimento. No limite, começam a surgir propostas de criação de um fundo público, emulando as frentes de trabalho do New Deal, que incorporem parte da população desempregada (em particular no setor de construção civil) para realizar algumas obras prioritárias do governo. No que diz respeito à queda de arrecadação, certamente a aprovação do fim das desonerações deve auxiliar o governo a recuperar parte da arrecadação perdida, mas não será suficiente para reverter a tendência atual, tendo em vista o tamanho da recessão que nos encontramos. Sendo assim, é urgente admitir a inviabilidade técnica de se cumprir a atual meta de superávit primário, abrindo imediatamente discussões no Congresso Nacional acerca de sua alteração, aproveitando o debate para se propor mudanças estruturais nas nossas atuais regras fiscais.
AGENDA DO DIA
EVENTO
HORÁRIO
ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
IPC-Fipe
5h
Fipe
Desemprego/Brasil
9h
IBGE
Arrecadação/Brasil
9h30
Receita Federal
PMI – EUA
10h45
Markit
* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade de seu autor, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
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