Unicef: avanços e deficiências para as crianças de todo o mundo
Relatório da Unicef lançado nessa semana mostra os avanços alcançados em relação às crianças no mundo a partir da instituição dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, mas também mostra em quais quesitos ainda há grandes deficiências.
Entre os sucessos que o estudo destaca, de 1990 a 2013, estão a queda pela metade da mortalidade infantil (de 90 para 43 por mil nascidos vivos), queda de 41% da desnutrição infantil e queda de 45% da mortalidade materna.
Quanto a domicílios, em 2013, o gráfico abaixo mostra que 31,2 milhões de domicílios tinham acesso à internet (48,0% do total de domicílios particulares permanentes): desde 2004, a utilização da internet nos domicílios brasileiros tem crescido com grande velocidade, como mostra o gráfico.
Como deficiências que permanecem, o estudo destaca a desigualdade entre crianças de famílias ricas e pobres, especialmente nas seguintes questões: i) crianças dos lares mais pobres têm duas vezes mais probabilidade de morrer antes do quinto aniversário que crianças dos lares mais ricos; ii) crianças provenientes de lares mais pobres têm probabilidade muito menor de atingir os níveis mínimos educacionais; iii) na maioria dos países da África Subsaariana, meninas provenientes de lares mais pobres continuam com menores índices de participação escolar; iv) garotas adolescentes são desproporcionalmente afetadas pelo HIV, representando 2/3 de todas as novas infecções entre adolescentes em 2013. Ainda, dados quanto à porcentagem de pessoas vivendo com menos de US$ 1,25 diário (consideradas extremamente pobres segundo a classificação do Banco Mundial) em 2010 mostram que 47% dos atingidos pela pobreza extrema eram crianças: do total de extremamente pobres no mundo, 34% eram crianças de menos de 12 anos e 13% adolescentes de 12 a 18 anos.
O estudo enfatiza que, se seguidos os ritmos de desenvolvimento atuais, até 2030, no mundo, haverá muito pouca redução no número de crianças fora da escola; ainda haverá 119 milhões de crianças desnutridas; e 68 milhões de crianças morrerão de doenças de fácil prevenção: ou seja, é preciso acelerar o ritmo de melhora de diversos índices relativos à infância e adolescência no mundo.
O estudo tem o objetivo não só de mostrar os avanços e grandes desafios quanto às questões que afetam as crianças no mundo, mas também visa mostrar possibilidades de inclusão de pautas importantes para a infância e adolescência na definição dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que substituirão os ODM a partir deste ano.
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