Como resultado, a indústria brasileira registra queda de 6,3% no ano e 4,8% no acumulado de 12 meses, chegando a 7,6% na comparação com abril/2014
Ano 3 – nº 282 – 02 de junho de 2015
ECONOMIA NACIONAL
Produção industrial registra nova queda em abril, reforçando recessão:A produção industrial brasileira apresentou novo recuo no mês de abril, registrando queda de 1,2% na comparação com o mês anterior, a terceira baixa consecutiva no ano. Com esse resultado, a indústria brasileira registra queda de 6,3% no ano e 4,8% no acumulado de 12 meses, chegando a 7,6% na comparação com abril/2014. Todas as categorias de produtos industriais apresentam retração na comparação mensal, com destaque para o setor de bens de capital, que apresentou queda de 5,1%, acumulando retração de 19,7% no ano e 14,5% no acumulado de 12 meses. Outra queda relevante está na categoria de bens duráveis, que apresentou retração de 1,8% na comparação mensal, porém já acumula queda de 16% no ano e 14% no acumulado de 12 meses. A queda é generalizada, apesar de afetar menos os setores de bens intermediários, que recuou 0,2% no mês e 3% no acumulado de 12 meses, situação similar aos bens identificados na categoria de semi e não duráveis, com queda de 2,2% na comparação mensal e 2,6% no acumulado de 12 meses.
Comentário: A retração contínua e generalizada da produção industrial simboliza o momento atual de aprofundamento da recessão observado na economia brasileira. Como de costume, esta retração é liderada pelo setor de bens de capital, responsável por produzir máquinas e equipamentos para a indústria. Nos momentos de retração econômica e queda do investimento, este setor é o primeiro a apontar para baixo, se recuperando apenas quando os investimentos voltam a crescer. No caso do setor de duráveis, os impactos negativos da crise de alguns parceiros comerciais, somada à queda da demanda das famílias (através do aumento do desemprego, encarecimento e restrição do acesso ao crédito e queda na renda), afetou profundamente o setor automobilístico, que possui peso relevante nesta categoria. Estes impactos negativos podem ser observados também em outras categorias, como o setor de bens intermediários, onde o pouco que restou dele se retrai puxado pela queda na produção de partes e peças ligadas a indústria automobilística. O quadro geral da indústria para o restante do ano é bastante negativo, tendo em vista que não parece haver fatores de recuperação de nenhuma das fontes de demanda, seja o consumo das famílias, do governo ou os investimentos. A última esperança para contrapor-se à tendência de queda neste ano encontra-se no setor externo (que, no caso brasileiro, está muito ligado à produção de commodities) e nos investimentos em infraestrutura, que apesar de dificilmente se iniciarem com força em 2015, podem ter impactos positivos em 2016.
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