Inflação calculada pelo IGP-M apresentou redução no mês de maio na comparação com o mês de abril, passando de 1,17% para 0,41%

FPA Informa - Boletim de Conjuntura 280

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Ano 3 – nº 280 – 28 de maio de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL

Inflação e confiança seguem em queda em maio: A inflação calculada pelo IGP-M apresentou redução no mês de maio na comparação com o mês de abril, passando de 1,17% para 0,41%. A queda no índice se verificou tanto na inflação no atacado, medido pelo IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo, que representa 60% do índice total), quanto na inflação no varejo, medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor, que representa 30% do índice total). O IPA passou de 1,41% em abril para apenas 0,30% em maio, dada uma desaceleração expressiva nos preços dos produtos agropecuários (1,51%). Já o IPC saiu de 0,75% em abril para 0,68% em maio, com a contribuição expressiva do grupo habitação, que saiu de alta de 1,42% para 0,75% (em decorrência da redução no ritmo de aumento das tarifas de energia elétrica). Com este resultado, o IGP-M acumula alta de 3,64 % no ano e 4,11% no acumulado de doze meses. Pelo lado da confiança, a industria voltou a registrar queda nos seus indicadores em maio (-1,6% ante abril), tanto no que diz respeito a situação atual (-2,0%) quanto as expectativas futuras (-1,3%). Já a confiança no setor comercial, apesar de também apresentar queda no mês de maio (-0,3%), concentrou suas perdas na avaliação sobre a situação atual (-7,9%), mas apresentou recuperação no indicador de expectativas futuras (4,1%).

Comentário: A redução da inflação está ligada a dois fatores principais: o fim do impacto negativo dos aumentos nos preços de tarifas públicas (que contaminou os índices de preços dos primeiros meses de 2015) e a estabilização da taxa de câmbio próxima a R$3,00, reduzindo o impacto negativo da desvalorização cambial recente nos preços. Além disso, também devemos considerar que há uma sazonalidade na inflação brasileira, que tende a se desacelerar até o mês de julho, ponto a partir do qual deverá voltar a crescer. De qualquer forma, os primeiros meses de 2015 não devem se repetir no semestre vindouro, o que cria a expectativa de que a inflação (IPCA) encerre o ano próximo ao patamar do acumulado em doze meses atual, ou seja, próxima a 8%. Já do ponto de vista das expectativas, o fato de estarmos quase no meio do ano sem nenhuma sinalização positiva parece indicar que os empresários estão mais pessimistas do que o governo esperava inicialmente em relação a atual estratégia. É provável que ocorra uma reversão na queda incessante dos índices de confiança nos próximos meses, mas dificilmente eles voltarão ao terreno positivo este ano, indicando que qualquer esperança de retomada dos investimentos privados deverá ser adiada.
 
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