No dia 8 de maio, militantes e dirigentes do PT debateram alternativas e propostas aos modelos de desenvolvimento local

O terceiro debate preparatório ao 5º Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT) ocorreu em Belém (PA), no dia 8 de maio. O evento faz parte de uma série de cinco debates nacionais que vão contribuir com elaboração e discussão de base para a segunda etapa do Congresso do partido, e é uma iniciativa conjunta da Fundação Perseu Abramo (FPA) e da Comissão Executiva Nacional (CEN) do PT.

O tema do debate foi “Modelo de desenvolvimento, redução das desigualdades e mudanças estruturais no Brasil” e contou com a coordenação de Gleide Andrade, vice-presidenta do PT, e participação de militantes e dirigentes da região.

Helena Abramo, integrante do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo, explicou que o “PT e a FPA decidiram realizar cinco debates como um momento de reflexão com os petistas e aqueles que se importam com o partido e com os rumos da sociedade brasileira”.

Helena Abramo e Gleide Andrade na mesa de abertura

Helena acredita que os debates preparatórios ao 5º Congresso serão espaços para aprofundar “a reflexão sobre os projetos e desafios colocados na perspectiva de produzir um pensamento crítico que ajude a construir propostas e projetos para a sociedade brasileira, que são tradições tanto da Fundação quanto do partido também”.

Para a vice-presidenta do PT, Gleide Andrade, “é muito bom ter uma fundação como a FPA no PT, porque é um centro de excelência em formação política”. Ela defendeu que é preciso “fazer deste 5º Congresso um momento em que possamos discutir políticas que nos tirem da área de recuo em que vivemos. É muito importante que o PT esteja muito firme, porque no dia 26 de maio está pautada a votação, na Câmara dos Deputados, da reforma política”.

O presidente do PT do Pará, Milton Zimmer, salientou que a escolha do tema é de fundamental importância para seu estado. “Somos sabedores da contribuição do Pará na balança comercial, e em políticas de desenvolvimento nacional, então o debate hoje de pensar o desenvolvimento com redução das desigualdades é um grande desafio para nossa região”, falou.

Diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci, disse que o “Pará é um estado que tem uma importância particular na história do Brasil, por sua esquerda progessista e partidária, uma das características da esquerda paraense foi tratar das questões regionais e estaduais dentro de uma visão nacional dos problemas e questões”.

“É um momento difícil da esquerda do Brasil, crucial para os rumos que o Brasil vai adotar.Para entender porque chegamos onde chegamos, tanto nos avanços quanto nos desafios, é preciso recuar um pouco. Desde a redemocratização do país tivemos um papel de defesa da transição política que não fosse só por cima, por meio das instituições, partidos, mas por baixo, com o movimento feminista, de combate ao racismo, de juventude, de defesa dos direitos e diversidade sexual”, explicou Dulci.

Para ele, a “maioria dos partidos não fez isso, não acreditava na combinação da luta institucional com a luta popular. E nós, de fato, conseguimos dar à transição democrática um caráter muito mais popular.”

Participação dos presentes durante debate em Belém (PA)

Socorro Pena, professora do curso de Gestão e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal do Oeste do Pará, alertou que “não conseguimos avançar no projeto de desenvolvimento da Amazônia, e temos hoje um passivo muito grande da reforma agrária, na Amazônia como um todo. Na reserva extrativista, o modelo de assentamento é igual a um feito no planalto. Precisamos de um modelo na Amazônia que envolva uma gestão compartilhada, para potencializarmos as ações.”

Para Bruno Elias, secretário de Movimentos Populares do PT, “estamos vivenciando uma ofensiva pesada da direita, especialmente em três países que cumprem um papel-chave na integração da América Latina: Brasil, Argentina e Venezuela. É um cerco político e econômico, em especial a partir da eleição de 2013, permaneceram no Brasil duas correntes opostas de desenvolvimento do país. Uma direita que está atualizando sua política, com disputa nas urnas, mas cada vez mais nas ruas e nas redes, com um programa sem constrangimento de ser conservador”.

Elias frisou que “iniciamos um governo em que a direita segue tentando disputar outro turno das eleições. Realizamos o 5 Congresso em um ambiente em que temos que discutir a fundo as próprias decisões de nosso governo. Um dos pontos a ser debatido diz respeito a esse momento de mobilização do nosso campo político. Diante da disputa de rumos que vivemos em nosso país, reforçar nossas linhas de ação em defesa de um processo democrático de desenvolvimento”.

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Fotos: Marcio de Marco

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