Taxa de desemprego medida pela PME do IBGE apresentou alta em março, alcançando dos 6,2%

FPA Informa - Conjuntura 269

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Ano 3 – nº 269 – 28 de abril de 2015
 

ECONOMIA NACIONAL
Desemprego avança em março com enfraquecimento da economia: A taxa de desemprego medida pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou alta em março, alcançando dos 6,2%. No mês de fevereiro a taxa era de 5,9%, tendo partido de 5,3% em janeiro. Em março de 2014 a taxa era de 5%. O aumento da taxa de desemprego em março de 2015 decorreu em grande medida do aumento da população de desocupada, com a demissão de 48 mil pessoas. A População Economicamente Ativa (PEA) também cresceu neste período, aumentando em 27 mil pessoas. Do lado da renda, registrou-se queda de 2,8% no rendimento médio habitual de março em relação a fevereiro, com queda de 3% se compararmos ao mesmo mês de 2014.
Comentário: A queda no emprego e na renda são efeitos esperados da desaceleração da economia brasileira, em particular por atingir de maneira mais acentuada a esfera industrial. Na realidade, uma das grandes apostas dos defensores do ajuste recessivo é de que, ao retrair o emprego e os salários, os custos de produção e a inflação se reduzam, garantindo melhores condições de competitividade para as empresas nacionais, o que faria com que elas voltassem a investir em um futuro próximo. Esse argumento é falacioso: diversas evidências (inclusive um recente estudo do Fundo Monetário Internacional) apontam para o fato de que a redução salarial e flexibilização dos direitos trabalhistas (como se quer fazer com a lei das terceirizações) não contribuem de maneira decisiva para o aumento da competitividade das empresas e para o crescimento do emprego e renda. Ao contrário, podem ser extremamente danosos para um país como o Brasil, que nos últimos anos registrou um crescimento puxado pela distribuição de renda e aumento do mercado interno. A melhoria da competitividade depende de diversos fatores e, assim como a inflação, é um fenômeno complexo que não pode se reduzir a questão do salário. No caso da inflação, reduzir os preços através da redução de salários parece ser a pior forma de se resolver o problema, que envolve os mecanismos de indexação de todos os preços (não apenas dos salários) e os problemas nos próprios horizontes e medidas do regime de metas. O aumento do desemprego, portanto, nunca pode ser visto como algo positivo para a reordenação de uma economia, devendo ser combatido antes que tome proporções de verdadeira crise social. Hoje, o maior risco é o do retorno dos jovens ao mercado de trabalho (diante da perda de emprego dos pais), o que aumentaria em muito o tamanho da PEA e as taxas de desemprego ainda baixas de março.
 
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* As opiniões aqui expressas são de inteira responsabilidade do seu autor, não representando a visão da FPA ou de seus dirigentes.
 
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