A escalada de intolerância tem de parar
Atentados contra o PT são resultado da campanha de ódio que o partido vem sofrendo
“(…) Nos dias que correm
a ninguém é dado
repousar a cabeça
alheia ao terror.”
Eduardo Alves da Costa
A campanha insana que oposição e mídia há anos vêm travando contra o Partido dos Trabalhadores chegou a uma escalada de ódio sem precedentes em nossa democracia recente. Hoje, o simples fato de vestir uma peça de roupa vermelha no dia “errado” pode levar a uma agressão, lembrando o período de triste memória de nossa ditadura civil-militar. Essa intolerância seria apenas ridícula, se não fosse perigosa.
Mas o retrocesso é ainda pior. Ao criminalizar um partido político, oposição e mídia estão fomentando constrangimentos e agressões. E também atentados. Na noite do dia 25 de março, a sede do diretório zonal do PT, na Bela Vista, em São Paulo, foi alvo de uma bomba caseira.
Não foi o primeiro caso. No último dia 15 de março, em Jundiaí, interior de São Paulo, o diretório municipal da cidade sofreu o mesmo tipo de ataque. Um coquetel molotov foi atirado em uma das salas antes da manifestações marcadas para aquele domingo. A fachada do prédio foi pichada com palavras de ordem de um fascismo mal disfarçado e já conhecido da Humanidade.
Não houve vítimas fatais. Ainda.
Coletiva
Na manhã de sexta-feira, 27 de março, o presidente do PT da cidade de São Paulo, vereador Paulo Fiorilo, e membros da executiva municipal falaram com a imprensa sobre o atentado.
Segundo Fiorilo, o ataque destruiu parte da porta principal de acesso ao escritório e atingiu a recepção. Na explosão, móveis e documentos foram destruídos. A perícia ainda não havia chegado ao local.
O presidente do PT acredita que o ataque é prova contundente da “onda de intolerância e ódio contra o PT” que se espalha pelo país. “Vamos também solicitar à Polícia Federal que destaque um delegado para apurar esta situação que atenta contra uma instituição. Vivemos em um País que está em um estado de direito e é inadmissível que casos como esse ocorram”, enfatizou.
Detalhe do diretório do PT após explosão de bomba caseira
Carmem da Silva Ferreira, presidenta do zonal atingido lamentou a violência: “não estamos acostumados com ações assim. Nossa sede é frequentada por movimentos sociais e juventude, algo muito grave poderia ter ocorrido”.
Débora Pereira faz parte da direção municipal e também acompanhou a coletiva. Para ela, além de exigir investigação também da Polícia Federal, o PT deve travar o debate sobre a importância do respeito à democracia.
Em nota oficial, a direção do partido afirma que o “atentado não foi cometido somente contra o PT, mas contra o Estado democrático de direito. A disseminação do ódio e da intolerância, que vem sendo vista em diversas manifestações, é materializada nesta ocorrência e também no ataque à sede do Diretório Municipal do PT de Jundiaí, ocorrido em 15 de março”.
Leia a íntegra da nota.
Causa perplexidade em grande parte de nossa sociedade que estejamos vivendo uma tal situação em pleno século 21. Mas nosso processo democrático não é apenas jovem, ele é um corpo estranho ao modus vivendi de uma elite manipuladora e truculenta. Novamente, não houve vítimas fatais nos atentados – ainda. Mas nossa jovem democracia vem sendo ferida de morte. Não podemos ficar alheios ao terror.
Fotos: Sergio Silva
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