Presidenta lançou nesta quarta pacote anticorrupção e encaminhou medidas ao Congresso Nacional

A presidenta Dilma Rousseff afirmou, em cerimônia de lançamento do pacote anticorrupção nesta quarta-feira (18), que a corrupção no Brasil não foi “inventada recentemente”. No entanto, ela garantiu ter compromisso com o combate à prática de atos ilícitos e à impunidade.

“O meu compromisso é coerente com a minha vida pessoal, com a minha prática política e com a minha atuação como presidenta”, disse.

“Eu sei, tenho convicção, que é preciso investigar e punir os corruptos e os corruptores de forma rápida e efetiva para garantir a proteção do inocente ou do injustiçado”, defendeu.

O pacote anticorrupção proposto pela presidenta Dilma e encaminhado ao Congresso Nacional visa combater a corrupção no Brasil e acelerar os processos de investigação de atos ilícitos.

Entre as iniciativas estão a criminalização do caixa dois eleitoral e de lavagem de recursos para fins eleitorais. O texto também pede urgência na votação do projeto de lei que tipifica o crime de enriquecimento ilícito de funcionário público e propõe o confisco de bens dos servidores públicos que tiverem enriquecimento incompatível com os ganhos.

Além disso, a presidenta Dilma propõe a utilização da Lei da Ficha Limpa para todos os cargos de confiança na administração direta e indireta e nas estatais. O governo federal também encaminhou ao Congresso Nacional um pedido de urgência na tramitação do projeto que trata da alienação antecipada de bens apreendidos.

Durante a cerimônia de lançamento do pacote, Dilma assinou a regulamentação da Lei Anticorrupção, criada em 2013 e que pune empresas por atos de corrupção contra a administração pública.

Corrupção no Brasil não foi inventada agora, lembra Dilma

Para a presidenta, é preciso prevenir e combater a impunidade no País. Ela reafirmou que o governo federal está comprometido em enfrentar a corrupção no Brasil.

“Não transigimos com a corrupção e temos o compromisso de enfrentar a impunidade que alimenta a corrupção. As medidas evidenciam que estamos no caminho correto”, disse Dilma.

“O enfrentamento à impunidade deve ser visto como uma política de Estado e não como um momento atual da história do nosso País. Temos que fortalecer as instituições públicas”, explicou a presidenta.

Além disso, Dilma voltou a defender a importância da reforma política e de uma nova “consciência” no País.

“É preciso uma nova consciência no País, uma nova cultura, fundada em valores éticos profundos, moralidade republicana, dentro da alma cidadão do País”, defendeu a presidenta.

Grupo de trabalho – De acordo com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, o governo federal criará um grupo de trabalho com advogados, juízes, representantes do Ministério Público, Advocacia-Geral da União (AGU), Controladoria Geral da União (CGU), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Casa Civil para discutir medidas contra a corrupção. Ele explicou que o fórum de discussão poderá ter a participação de todas as entidades interessadas.

“Todos os que tem contribuições a dar para o combate à corrupção e à impunidade devem ser chamados ao diálogo. Todos, sem exceção”, defendeu Cardozo.

“Se a corrupção é intolerável, o Brasil hoje tem um governo que não tolera a corrupção e está disposto a marchar contra essa prática”, finalizou o ministro.

Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias

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