Produção industrial cresce em janeiro mesmo com queda das expectativas

FPA Informa 250 – Produção industrial cresce em janeiro mesmo com queda das expectativas

FPA Informa - Conjuntura 250
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ECONOMIA NACIONAL
Produção industrial cresce em janeiro mesmo com queda das expectativas: O resultado da produção industrial de janeiro apresentou expansão de 2% em janeiro na comparação com dezembro/2014, divulgou o IBGE nesta manhã. A alta interrompe uma série de quedas em novembro (-1,1%) e dezembro (-3,2%),  representa a maior elevação mensal desde junho de 2013 e superou a expectativa média dos analistas, que esperavam alta de 1,1%. O resultado positivo foi influenciado pela recuperação do setor de alimentos, que cresceu 3,9% e retomou parte dos 4,5% perdidos entre novembro e dezembro. Outros resultados positivos podem ser verificados nos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (9%), máquinas e equipamentos (7,6%), metalurgia (5,4%), indústrias extrativas (2,1%). A queda mais expressiva foi no setor de petróleo e biocombustíveis, com recuo de 5,8%. Apesar do resultado mensal positivo, o acumulado em 12 meses permanece negativo, com queda de 3,5% e o resultado da média móvel trimestral segue negativo, com queda de 0,8%.
Comentário: A recuperação da indústria em janeiro é uma boa notícia, mas ainda é um dado isolado que ocorre sob uma base bastante baixa devido às quedas seguidas no final de 2014. Não parece haver grandes perspectivas de crescimento industrial no ano se levarmos em conta a deterioração da confiança do empresário industrial medida pela FGV, que apresentou novo recuo em janeiro e está em um nível considerado “extremamente baixo”, com 83 pontos (onde qualquer valor abaixo de 100 indica retração). A verdadeira boa notícia fica pelo crescimento expressivo da produção de bens de capital, que teve crescimento de 9,1% em janeiro ante dezembro, mas ainda apresenta queda de 10,9% no acumulado de 12 meses. Tudo somado, podemos afirmar que janeiro traz um bom resultado para o início de um ano que promete ser muito duro para a indústria, em particular para os setores ligados à construção civil e petróleo e gás, dada a crise provocada pela operação Lava Jato. A esperança fica por conta da desvalorização cambial, que apesar de num primeiro momento aumentar o custo de produção das empresas (que crescentemente têm se abastecido de insumos importados nos últimos anos), pode ser capaz, no médio prazo, de incentivar tanto as exportações (a depender do comportamento de nossos parceiros comerciais) quanto a substituição de alguns insumos importados por produtos nacionais. A preocupação central, no entanto, ainda reside no comportamento da demanda, que em ritmo de queda (acentuado pelos ajustes fiscais e de preços do início de 2015) não inspira os empresários a investir ou mesmo ocupar sua capacidade ociosa para aumentar a produção.
AGENDA DO DIA
EVENTO HORÁRIO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
Produção Industrial – PIM-PF 9h IBGE
Confiança da industria/FGV 9h FGV
Criação de vagas/EUA 10h15 ADP

Análise: Guilherme Mello, economista

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