Cepal: estudo discute limites no combate à pobreza na América Latina

Boletim Diário de Política Social 122 – Cepal: estudo discute limites no combate à pobreza na América Latina

 

Cepal: estudo discute limites no combate à pobreza na América Latina

Panorama Social de América Latina, estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), discute o efeito da desaceleração econômica regional desde 2010 no combate à pobreza na região e mostra que os avanços na região parecem encontrar limites, seja para sua sustentação, seja para sua expansão, especialmente após a crise internacional de 2008.

Segundo o estudo, a taxa de pobreza na América Latina em 2013 foi de 28,1% da população em 2013 e a pobreza extrema (ou indigência) de 11,7%, i.e., 165 milhões de pessoas em situação de pobreza, dos quais 69 milhões em situação da pobreza extrema. Assim, para 2013, a taxa de pobreza na região se manteve sem diferenças significativas quanto aos níveis observados em 2012 (28,1%) e a pobreza extrema aumentou de 11,3% (2012) para 11,7% (2013). A projeção para 2014 é de um índice de pobreza de 28% e de pobreza extrema de 12% na região. Apesar das pequenas variações, o estudo mostra que a pobreza extrema alcançou valores similares aos de 2011, o que representa um retrocesso quanto às conquistas dos anos anteriores. A tabela abaixo mostra os valores da pobreza e pobreza extrema para 18 países da região:

America Latina (18 países)essoas em situação de pobreza e indigência em torno de 2005 e 2012 e 2013 (em porcentagens)

O estudo também traz análise a partir de um índice multidimensional da pobreza em 17 países da América Latina e mostra uma queda desse índice entre 2005 e 2012 na região, em especial nas áreas urbanas. As quedas mais notórias nesse índice ocorreram na Argentina, Uruguai, Brasil, Peru, Chile e Venezuela (queda de 7% ou mais no índice por ano). Segundo o estudo, para 2012, os países estudados com maior porcentagem de população em situação de pobreza multidimensional eram Nicarágua (74,1%), Honduras (70,5%), Guatemala (70,3%) e Bolívia (58%). As incidências mais baixas de pobreza multidimensional se verificaram no Chile (6,8%), Argentina (8,1%), Uruguai (9%), Brasil (14,5%) e Costa Rica (14,9%). A média regional foi de 28% também para 2012.

Os dados mostram o risco de retrocesso nas conquistas sociais quanto à diminuição da pobreza na região. Assim, é importante que os países da região continuem comprometidos com as políticas sociais e o crescimento econômico, de forma a continuar reduzindo a pobreza em todas as suas dimensões na região. Destaca-se nesse sentido o papel do Brasil, cujos resultados quanto ao combate à pobreza influenciam fortemente o desempenho da região.

Para ler mais:

Panorama Social de America Latina 2014
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Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista
Acesse: www.fpabramo.org.br
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