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03 de dezembro de 2014
Segundo turno eleitoral no Uruguai
No último domingo os uruguaios foram às urnas para o segundo turno das eleições presidenciais, que confirmaram a vitória do ex-presidente Tabaré Vázquez, da Frente Ampla, por ampla margem de votos. Segundo dados oficiais, Tabaré obteve 56,6% dos votos válidos e Lacalle Pou ficou com 43,3%. Desta vez as previsões dos institutos de pesquisas ficaram dentro da margem de erro, ao contrário do primeiro turno, quando os prognósticos subestimaram a votação obtida nas urnas pela Frente Ampla.

Com este resultado a Frente Ampla confirma também a maioria do Senado: o vice-presidente eleito Raul Sendic assume o posto de presidente da casa, tornando-se o 16º senador da Frente no total de 30 senadores. A partir de 1º de março de 2015, data da posse, o atual presidente José Mujica também passa a atuar no Senado, tendo encabeçado a lista da Frente Ampla para esta casa. Na Câmara dos Deputados, a FA já havia conquistado 50 dos 99 representantes no primeiro turno eleitoral.

Este será o terceiro governo da Frente no Uruguai, que nos últimos dez anos tem promovido expansão do emprego e da renda, de conquistas trabalhistas, além da expansão de direitos com a aprovação de leis como a despenalização do aborto, o casamento homoafetivo e a legalização do cultivo, distribuição e comércio da maconha.

Na terça-feira, 2 de dezembro, o presidente eleito anunciou os ministros que integrarão sua equipe de governo. Para o Ministério de Economia e Finanças, Tabaré indicou Danilo Astori, que já ocupou o cargo durante o primeiro mandato de Vázquez, e é atual vice-presidente e considerado um nome próximo aos mercados. O Ministério das Relações Exteriores será chefiado por Rodolfo Nin Novoa, vice-presidente durante o primeiro governo Vázquez.

Candidatura à OEA

Na semana passada, durante uma reunião entre os chanceleres do Mercosul e da Aliança do Pacífico em Santiago, o Uruguai anunciou a candidatura do chanceler Luis Almagro à Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos, cuja votação será em março de 2015. Durante o encontro, Argentina, Brasil, Paraguai e Chile manifestaram apoio à candidatura de Almagro. Até o momento, o único concorrente é o ex-vice-presidente da Guatemala, Eduardo Stein. A apresentação formal das candidaturas diante dos embaixadores da OEA será no dia 18 de fevereiro.

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Análise: Terra Budini, internacionalista