FPA Informa 215 – Indústria tem pequena retração em setembro e segue instável

215

04 de novembro de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Indústria tem pequena retração em setembro e segue instável: A produção industrial do mês de setembro apresentou queda de 0,2%, após ter se expandido 0,7% (dado revisado para cima) em agosto. A queda superou negativamente as expectativas do mercado financeiro que, em média, previa uma expansão de 0,2% na indústria para o mês. O resultado negativo foi puxado pela redução na produção de bens intermediários, principalmente no setor de metais e petróleo, que apresentaram queda nos preços internacionais no último mês. Por outro lado, a produção de veículos voltou a crescer pelo terceiro mês consecutivo e registrou alta de 10,1% em setembro (somando 24,2% de expansão nos últimos três meses). A produção de bens de capital também se expandiu, registrando alta de 1,9% e se recuperando da estagnação (-0,1%) do mês anterior. A produção de bens de consumo duráveis também se expandiu fortemente, crescendo 8% no mês (puxada pelo setor automobilístico), eliminando o recuo de 4,1% registrado em agosto. Com o resultado negativo de setembro, a indústria brasileira acumula queda de 2,9% no ano e 2,2% no acumulado de 12 meses.
Comentário: A queda nos preços internacionais de algumas de nossas principais commodities afetou o resultado da produção industrial de setembro, reduzindo a produção de bens intermediários, que representa 55% da pauta produtiva nacional. As boas notícias ficam por conta do aumento da produção de bens de capital pelo segundo mês consecutivo, assim como pela recuperação da produção de automóveis, que apesar disso permanece em queda forte no acumulado do ano. Outra boa notícia é que a média móvel trimestral parou de cair, se estabilizando em 0,4% em setembro, o que indica que o pior da queda da indústria pode já ter passado. Na média móvel trimestral, a recuperação do setor de bens de capital (5,1%) e bens de consumo durável (8,9%) é evidente. O futuro da indústria, no entanto, depende fortemente da estabilização dos principais preços macroeconômicos em patamares competitivos (juros e câmbio), da recuperação do crescimento de nossos principais parceiros comerciais (China, Argentina, EUA e Europa) e da retomada da confiança do empresário nacional, que pode ocorrer através de um amplo diálogo com o novo governo.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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