OXFAM: Redução da desigualdade no Brasil vai na contramão do movimento mundial

Boletim Diário de Política Social 86 – OXFAM: Redução da desigualdade no Brasil vai na contramão do movimento mundial

FPA Informa - Política Social 86
 
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31 de outubro de 2014

OXFAM: Redução da desigualdade no Brasil vai na contramão do movimento mundial


Estudo da Oxfam lançado essa semana mostra que, desde o início da crise financeira internacional mais que dobrou o número de bilionários no mundo e aumentou também a desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres: 7 entre 10 pessoas vivem em países nos quais a distância entre ricos e pobres é maior do que era há 30 anos. A Oxfam, confederação de 13 organizações e mais de 3000 parceiros, que atua na busca de soluções para a pobreza e injustiça, calculou que, em 2014, as 85 pessoas mais ricas do planeta tinham uma fortuna igual à soma das posses da metade mais pobre da humanidade. Segundo o documento, essas 85 pessoas viram sua fortuna coletiva crescer US$ 668 milhões ao dia entre 2013 e 2014 ou meio milhão de dólares por minutol.

Apesar dos históricos e graves problemas de desigualdade social no Brasil, o país é citado como exceção, ao ser comparado à tendência que se verifica no mundo, de aumento da desigualdade social, com a utilização do termo Brazilian Dream (sonho brasileiro). Entre os Brics, o Brasil é o único que está conseguindo reduzir a desigualdade.

Especialistas apontam que, para o combate à desigualdade, a valorização do salário mínimo é uma política importante, bem como a ampliação e melhoria do acesso a serviços básicos públicos como saúde e educação e ainda o Programa Bolsa Família. No entanto, há ainda a necessidade de avançar no combate à pobreza e desigualdade, aprimorar as políticas sociais e os serviços básicos e rever o sistema tributário e fiscal, diminuindo sua regressividade e tocando as causas estruturais da desigualdade histórica. Para a Oxfam, uma medida que pode ajudar a amenizar o problema é o combate efetivo à sonegação fiscal.

Aponta-se que o Brasil não deve cair no discurso do “fundamentalismo de mercado”, que colocaria em risco todos os avanços conquistados e, na verdade, seria a opção contrária em termos de políticas sociais do que tem sido aplicado até aqui e que tem dado bons resultados, como mostra o relatório. Assim, seria necessário aprofundar tais políticas e não negá-las.



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Análise: Ana Luíza Matos de Oliveira, economista
Acesse: www.fpabramo.org.br
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