Estudo do Ministério da Saúde divulgado na quarta-feira, 29, mostra que cada vez mais brasileiras estão esperando chegar até os 30 anos para ter o primeiro filho: o número de mães de primeira viagem com mais de 30 anos passou de 22,5% em 2000 para 30,2% em 2012. Entre as mulheres com 12 anos ou mais de estudos, o nascimento do primeiro filho acontece com elevada frequência após a mãe completar 30 anos ou mais de idade (45,1%) e entre as com até sete anos de estudo, mais da metade foi mãe com menos de 20 anos. Já o índice de mães com menos de 19 anos caiu de 23,5% para 19,2% no mesmo período. Especialistas apontam que tal tendência já é observada em outros países com forte inserção da mulher no mercado de trabalho e com mais acesso a métodos anticoncepcionais. A maior quantidade de mães com 30 anos de idade ou mais está concentrada nas regiões Sudeste e Sul.
Os dados revelam ainda uma diminuição das taxas de fecundidade em todas as regiões do país: desde 2005 as taxas de fecundidade no Brasil têm sido inferiores ao nível de reposição populacional, alcançando 1,77 filho/mulher em 2012. Com exceção da Região Norte, com índice de 2,24 filhos/mulher, todas as demais regiões apresentaram taxas de fecundidade total inferiores ao nível de reposição, com o menor valor no Sul, (1,66 filho/mulher). Assim, o processo de envelhecimento populacional deverá se intensificar e, em duas décadas, prevê-se estabilização do crescimento demográfico, com perspectivas de redução da população brasileira, o que coloca desafios em termos de políticas públicas específicas.
Quanto ao tipo de parto, há tendência crescente de cesáreas no Brasil entre 2000 e 2012, o que contraria as indicações da Organização Mundial da Saúde, taxa de no máximo 15% dos nascimentos por cesarianas. A pesquisa mostra diferenciação nesse quesito quanto à escolaridade, idade e raça: mais de 83% das mães com 12 anos ou mais de estudo e mais de 67% de mães com idades entre 25 e 39 anos realizaram parto cesárea em 2012. Já 67% das mães brancas realizaram parto cesárea, 59% das amarelas, 49% das pardas, 48% das pretas e 18% das indígenas.
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