IPCA de setembro avança junto com produção industrial de agosto

FPA Informa 207 – IPCA de setembro avança junto com produção industrial de agosto

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08 de outubro de 2014
ECONOMIA NACIONAL
IPCA de setembro avança junto com produção industrial de agosto: O IBGE divulgou que a inflação medida pelo IPCA avançou 0,57% em setembro, acima do  esperado pela média do mercado financeiro. Esta alta foi puxada principalmente pelo crescimento do preço dos alimentos (0,78%), particularmente pelo aumento das carnes, que subiram 3,17% no período. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses subiu para 6,75%, ultrapassando o teto da meta estipulada para o ano mas ainda com três meses para retornar aos limites da meta. Outro dado divulgado nesta manhã pelo IBGE indica o crescimento da produção industrial em SP, com expansão de 0,8% no mês de agosto. Este dado se soma ao resultado positivo do mês de julho e indica uma recuperação lenta e possivelmente volátil da produção industrial, quebrando uma sequencia de quedas verificada no segundo trimestre do ano.
Comentário: O aumento do IPCA acima do esperado pelo mercado reduz a margem de manobra do governo com a inflação até o final do ano. Apesar disso, a queda do IGP-DI registrada ontem aponta para um arrefecimento na alta dos preços no atacado, que deve se reverter em uma queda no ritmo de aumento da inflação no varejo. Ainda que no ano passado a inflação tenha se acelerando até dezembro, é possível que já em novembro a inflação retorne para dentro dos limites da meta, deixando dezembro como o mês chave para definir se a inflação ficará ou não dentro da meta. O fator decisivo, na realidade, será o reajuste dos combustíveis, que deve ser realizado ainda este ano e pode impactar a inflação de dezembro, apesar de provavelmente mantê-la abaixo da registrada no ano de 2013, também profundamente afetada pelo aumento dos combustíveis. Quanto à produção industrial, a retomada deve ocorrer de forma gradual, com momentos de instabilidade, dada a fragilidade das expectativas empresariais, que tornam os ciclos de estoque muito acentuados. De qualquer forma, aparentemente o pior momento de queda da indústria ficou para trás, podendo inclusive haver uma retomada mais vigorosa após o fim das eleições e das incertezas que o processo cria.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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