Produção industrial cresce forte em agosto e surpreende analistas

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02 de outubro de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Produção industrial cresce forte em agosto e surpreende analistas: A produção industrial no Brasil teve a segunda alta consecutiva, registrando crescimento de 0,7% no mês de agosto, mesmo índice de crescimento registrado no mês de julho. Tal desempenho surpreendeu a maior parte dos analistas, que esperava uma estagnação ou mesmo queda da produção industrial no mês. Boa parte da melhora na produção se deve à produção de petróleo e ao bom desempenho da Petrobras, com crescimento de 2,4% frente ao mês anterior. O setor de bens de capital (máquinas e equipamentos) também prosseguiu em recuperação (após perdas no primeiro semestre do ano) e registrou alta de 3,9%, que se somaram à alta de 7,3% registrada em julho. Apesar desse movimento de retomada, ainda não foi possível recuperar as perdas sofridas pela indústria ao longo do ano, sendo que o setor ainda registra crescimento negativo de 3,1% no ano e 1,8% no acumulado de 12 meses. A retomada de agosto, porém, aponta para o que pode ser um momento mais positivo para a produção industrial até o final do ano, recuperando parte das perdas verificadas no primeiro semestre.
Comentário: A questão da produção industrial e das cadeias produtivas certamente será o foco do próximo governo. O bom resultado de agosto aponta mais uma vez para a centralidade de setores como o de petróleo, que apresentam grandes possibilidades de crescimento (graças ao pré-sal), amplas cadeias produtivas para frente e para trás, além da capacidade de coordenação do Estado para montar uma cadeia de fornecedores nacionais para atender às demandas da Petrobras (graças a aplicação da política de conteúdo nacional). Em um mundo que cresce pouco, com excesso de capacidade produtiva, onde China, EUA e Europa (particularmente a Alemanha) lutam para ocupar todos os mercados com seus produtos mais avançados e baratos, o Brasil precisa encontrar os ramos onde pode ser competitivo, preservando seu mercado interno e dinamizando sua indústria nos setores de maior valor agregado em que possui vantagens competitivas. Políticas como o Inovauto ou a política de conteúdo nacional para a Petrobras são, neste sentido, ferramentes indispensáveis para a recuperação de nossa combalida indústria. Ao mesmo tempo, devemos sempre que possível garantir condições justas de concorrência para setores altamente demandantes de mão de obra, preservando assim nossas conquistas na área do emprego e da renda.
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Análise: Guilherme Mello, Economista