Dados de recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Banco Mundial e Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram a redução do desemprego juvenil (15 a 24 anos) no Brasil e a melhoria de outros índices em relação ao G20 apesar da crise, considerando dados dos anos de 2007 e 2014.
A análise do desemprego juvenil no G20 desde a crise mostra que Brasil e Indonésia apresentam queda expressiva desta taxa, enquanto na União Europeia e em especial na Itália e Espanha os índices têm piorado em grande magnitude. Em relação aos países latino-americanos analisados, a situação do Brasil também é de melhoria, ao contrário da piora dos índices de México e Argentina. No entanto, os dados mostram que o desemprego juvenil no México ainda é mais baixo que no Brasil.
No Brasil há elevada participação dos jovens no mercado de trabalho, menor somente que a na Austrália dentre os países do G20. Assim, no Brasil, jovens pressionam o mercado de trabalho, diminuem salários e aumentam diferenciais, mas o relatório mostra que a participação da juventude na força de trabalho caiu quase 1% de 2007 a 2013 no Brasil, fenômeno acompanhado de redução no desemprego juvenil e de mudanças demográficas. Sugere-se que esse fenômeno seja sintoma de progresso social, em que jovens de famílias em melhores condições podem se dedicar exclusivamente a outras atividades, tais como o estudo. Em outra dinâmica, a queda da participação da juventude espanhola no mercado de trabalho, em maior magnitude que a queda observada no Brasil, pode estar relacionada aos altos índices de desemprego e o desalento, em dinâmica diversa à queda da participação dos jovens no mercado de trabalho brasileiro.
Quanto ao desemprego de longa duração (mais de 12 meses) entre os jovens, o mesmo caiu entre 2007 e 2013 no Brasil, Turquia, Federação Russa e Alemanha, enquanto aumentou em quase todos os países e de maneira expressiva na Espanha. Já o número de jovens “nem-nem” (nem trabalham nem estudam) caiu no Brasil e mais expressivamente na China, Arábia Saudita e Turquia, enquanto aumentam na União Europeia e EUA, segundo o relatório.
Ainda que persistam problemas estruturais no mercado de trabalho se comparados aos países ditos desenvolvidos, há de se observar que hoje a juventude no Brasil tem melhores perspectivas no mercado de trabalho que antes da crise e que a juventude dos países que estão realizando ajustes ortodoxos, tais como Itália e Espanha. Jovens desses países inclusive tem migrado em busca de mais oportunidades, sendo o Brasil um desses destinos. É necessário continuar buscando políticas que priorizem o emprego para a manutenção de tais índices.
|