FPA Informa 201 – IPCA-15 sobe em setembro puxado por alta no preço das carnes
201
19 de setembro de 2014
ECONOMIA NACIONAL
IPCA-15 sobe em setembro puxado por alta no preço das carnes: O IPCA-15 apresentou alta de 0,39% no mês de setembro, superior ao aumento de 0,27% registrado no mês imediatamente anterior. Influenciado principalmente por um aumento maior no grupo alimentos, que subiu 0,28% após ter apresentado deflação de 0,32% em agosto, o IPCA-15 também sofreu influência da mudança de rumo nos preços de vestuário (-0,18% para 0,17%), comunicação (-0,84% para 0,56%) e despesas pessoais (-0,67% para 0,31%). Quando se desagrega o grupo alimentos, percebe-se que as maiores pressões altistas partiram de alimentos como a carne, que teve alta de 2,3%, e do leite, com alta de 1,47%. Com este resultado, o IPCA-15 saiu de um acumulado de 12 meses em agosto de 6,49% para 6,62% em setembro, sendo que nos últimos três meses a inflação acumulada é de 0,70%, contra alta de 0,50% registrada nos três meses equivalentes no ano de 2013.
Comentário: A alta já antecipada do IPCA-15 surpreendeu parte do mercado por sua intensidade, que esperava em média uma elevação de 0,34%. Não há, por hora, nenhum sinal de que esse comportamento altista irá se manter ou se alastrar pelo restante da economia, mas pressões pontuais de preços (como a verificada nas carnes nesta leitura) sempre são capazes de se ramificar pelo tecido econômico em economias tão indexadas como é o caso da brasileira. O cenário de baixo crescimento da demanda, de contenção do crédito pelos bancos e de câmbio estabilizado contribui de maneira decisiva para a manutenção da inflação em patamares baixos, similares àqueles verificados no ano de 2013 e, portanto, sem motivo para se acreditar na superação do teto da meta. No limite, sempre é facultado ao governo parcelar o aumento do preço dos combustíveis, retirando parte da pressão inflacionária prevista para o ano de 2014. No entanto, o cenário inflacionário, apesar de temporariamente apaziguado, sempre merece atenção, particularmente em situações como a atual onde o acumulado da inflação passada ainda pesa na memória das pessoas.
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