Na quinta-feira, 29, na 23ª Bienal do Livro, o Atlas da Exclusão Social no Brasil foi lançado em debate com Ana Estela Haddad

“Política pública deve corrigir iniquidades, mas quando não há informação é muito difícil aplicar ações. Para aqueles que tomam decisões de gestão, esse estudo é uma contribuição para se formular, implementar e avaliar políticas públicas”. A afirmação é de Ana Estela Haddad, primeira-dama da cidade de São Paulo, e se refere ao Atlas da Exclusão Social no Brasil – Dez Anos Depois (Editora Cortez), lançado na quinta-feira, dia 29, na 23ª Bienal do Livro, em um debate com o presidente da Fundação Perseu Abramo e um dos organizadores da obra, Marcio Pochmann.

'Atlas", uma ferramenta para a gestão pública

Ana Estela Haddad: “política pública deve corrigir iniquidades”

Coordenadora do programa São Paulo Carinhosa, trabalho transversal de 14 secretarias para o cuidado da primeira infância, crianças de 0 a 6 anos, Ana Estela sabe da importância de dados. “Como chegar ao território, como atuar em cada região? Temos uma cidade com mais 11 milhões de habitantes e com cerca de 900 mil crianças de 0 a 6 anos que não são atendidas da mesma forma”. Sintetizando sete indicadores da situação social brasileira e com um Índice da Exclusão Social que permite a comparação entre municípios, regiões e estados, o Atlas é, para Pochmann, uma “ferramenta para influir na realidade”.

Influir na realidade
“Dez anos depois de nossa primeira série, esta nova edição traz os avanços, mas continua a apontar as regiões do país, as áreas nos estados onde a exclusão se apresenta. Esses indicadores nos permitem agir. Durante a gestão Marta Suplicy (2001-2004), foi a partir deles que pudemos criar uma hierarquia para criação de políticas públicas, como os Centros Educacionais Unificados (CEUs) [instalados nas periferias da cidade].”

'Atlas", uma ferramenta para a gestão pública

Pochmann: “o Atlas é uma ferramenta para influir na realidade”

Para o economista Alexandre Guerra, um dos organizadores do livro e mediador do debate, uma das principais mudanças dos últimos dez anos na questão da gestão pública foi justamente o uso de indicadores. “O que antes era uma ferramenta basicamente federal ou de alguns estados, hoje é utilizado como instrumento de gestão por municípios até abaixo de 50 mi habitantes”.

O Atlas da Exclusão Social no Brasil – Dez Anos Depois é organizado por Alexandre Guerra, Ronnie Aldrin Silva e Marcio Pochmann, trazendo contribuições de Marcos Paulo Oliveira, Ricardo Amorim, Rodrigo Coelho, Sofia Reinach e Daniel Castro. O livro contou também com um evento de lançamento no CEU Jambeiro, em Guaianases, zona leste da capital paulista, na segunda-feira, 25, com a presença da filósofa Marilena Chauí (leia abaixo).

Saiba mais

 – Atlas da Exclusão Social é apresentado em Guaianases 

Fotos: Sérgio Silva e Marcelo Vinci