O Balanço Energético Nacional (BEN) 2014, lançado na semana passada e referente a 2013, é realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Segundo o balanço, em 2013, o crescimento da energia disponibilizada foi de 4,5%, superior ao aumento do consumo final de energia (2,9%). Em 2013 em relação a 2012, o consumo de energia elétrica total (3,6%) cresceu percentualmente mais que o PIB (2,3%).
A menor oferta hídrica em 2013 explica o recuo da participação de energias renováveis na matriz elétrica, de 84,5% em 2012 para 79,3% neste ano, apesar do incremento de 1.724 MW na potência instalada do parque hidrelétrico (crescimento de 2%). Gás natural, petróleo e derivados responderam por 80% do incremento na energia disponibilizada em 2013, segundo o relatório. De 2012 a 2013, cresceu também 30,2% a geração de energia eólica. No mesmo período, a geração termelétrica cresceu 31%, principalmente gerada a partir de gás natural, biomassa e derivados de petróleo.
Quanto ao consumo da energia produzida no país, 33,9% foi utilizada na indústria, 32% nos transportes, 9,1% nas residências, 10% no setor energético, 4,1% na agropecuária e 4,6% nos serviços. O consumo do setor de transportes cresceu significativamente pelo segundo ano consecutivo e liderou o crescimento da demanda energética no ano de 2013, com um aumento no consumo final de combustíveis líquidos da ordem de 5,3%. E, se em 2012 essa demanda foi suprida pela gasolina, em 2013 ela foi suprida pelo etanol.
Em 2013, a maior parte das emissões antrópicas associadas à matriz energética foi gerada no setor de transportes. No entanto, em termos de emissões de carbono por habitante, cada brasileiro, produzindo e consumindo energia em 2013, emitiu em média oito vezes menos que um estadunidense e três vezes menos que um europeu ou um chinês. O alto percentual das energias renováveis na matriz energética brasileira (41% em 2013) leva a que a geração de energia no Brasil emita muito menos carbono que, por exemplo, os EUA e a China, que emitem, respectivamente, nove e 14 vezes mais que o Brasil. A participação de renováveis na matriz energética do resto do mundo (13%) e dos países que compõem a OCDE (8,1%) é consideravelmente mais baixa. Já na matriz elétrica, a participação dos renováveis no Brasil sobe: foi de 79,3% em 2013, enquanto no mundo esse percentual é de 20,3% e nos países que compõem a OCDE é de 18,1%.
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