FPA Informa 183 – Inflação ao produtor segue em queda mesmo com resultado fiscal ruim em junho

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31 de julho de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Inflação ao produtor segue em queda mesmo com resultado fiscal ruim em junho: O Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou deflação pelo quarto mês consecutivo em junho, ao registrar variação negativa de 0,13% em relação ao mês anterior. O IPP, que mede os preços dos produtos na porta de fábrica, sem considerar impostos ou frete, é bastante influenciado pela redução no ritmo de atividade e pela estabilização da taxa de câmbio em um patamar mais valorizado. Com este resultado, o índice soma alta de 5,04% em 12 meses e apenas 0,93% no ano de 2014, o que comprova a desaceleração da inflação ao longo do ano. Os resultados positivos da inflação nos meses recentes contrastaram com os resultados fiscais negativos, sendo que junho registrou novo déficit primário, dessa vez no montante de R$ 1,9 bilhão, o que levou o acumulado do superávit primário no ano para R$ 17,237 bilhões, apenas 21% do previsto para o ano todo. O secretário do Tesouro, Arno Augustin, manteve a esperança no cumprimento da meta fiscal do governo ao afirmar que espera uma dinâmica melhor das contas públicas no segundo semestre, seja devido à retomada do crescimento econômico (afetado em junho e julho pelos feriados da Copa), seja pela entrada de receitas extraordinárias nos cofres públicos.
Comentário: A piora do resultado fiscal e a queda da inflação partilham de um elemento comum: a redução no ritmo de crescimento da atividade verificada no Brasil no primeiro semestre de 2014. Tal desaceleração, ao mesmo tempo em que impede a alta mais acentuada de várias modalidades de produtos, também contribui para a queda no ritmo de crescimento da arrecadação pública, o que resulta em resultados fiscais menores dada a rigidez no ritmo de crescimento de gastos da administração pública. A retomada do crescimento, por sua vez, só ocorrerá quando as expectativas negativas acerca da economia brasileira se reverterem, seja devido ao fim do período eleitoral, seja através da gradual redução da inflação (já em curso) aliada a uma recuperação da economia internacional. Enquanto isso, o esforço do governo deverá ser no sentido de limitar ao máximo o ritmo de crescimento dos gastos públicos ao mesmo tempo em que busca novas fontes de receitas, como é o exemplo do Refis (que será aberto novamente em 2014 para o pagamento de impostos atrasados das empresas nacionais) ou as receitas oriundas dos leilões de concessões públicas, como por exemplo a implementação da tecnologia 4G no país.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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