FPA Informa 181 – Crescimento do crédito e aumento da confiança do consumidor são bons sinais para economia brasileira

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29 de julho de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Crescimento do crédito e aumento da confiança do consumidor são bons sinais para economia brasileira: O crédito continua apresentando um trajetória de expansão no mês de junho, quando o total do estoque de crédito no Brasil cresceu 0,9%. Este resultado foi consequência da expansão de 0,7% no crédito livre e 1,2% no crédito direcionado, o que também aponta para uma melhoria na composição do crédito total. Apesar do crescimento, o crédito dever encerrar o ano de 2014 em um nível inferior à velocidade verificada em 2013 (quando cresceu 14,6%). As expectativas são de forte crescimento no setor, com expansão de 13% no ano, o que deve fazer com que o Brasil alcance um nível de crédito de 58% em relação ao PIB. Este resultado positivo, aliado ao aumento da confiança do consumidor nas últimas pesquisas da FGV, aponta para um cenário de crescimento mais robusto da demanda, o que pode, no médio prazo, influir positivamente nas decisões de investimento do empresariado nacional.
Comentário: O crescimento do crédito no Brasil, que historicamente se encontrou em patamares baixos na comparação mundial, só foi possível devido à melhoria no emprego e na renda da população, que passou a acionar de maneira mais fácil o sistema bancário e a contrair crédito em maior escala, mesmo com as taxas de juros elevadas, marca registrada do sistema bancário nacional. O crescimento do crédito direcionado decorre em particular do aumento da demanda por crédito habitacional que, impulsionado pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”, tem crescido a taxas elevadas nos últimos anos. Essa notícia é extremamente positiva, não apenas pelo fato de reduzir o déficit habitacional brasileiro e garantir às famílias um ativo valioso em contraposição ao endividamento adquirido, mas também pelo fato de que as taxas de inadimplência da modalidade habitacional são menores do que as do crédito livre, além de possuírem taxas de juros mais baixas. O nível de endividamento das famílias brasileiras é elevado, exatamente pelo custo elevado de carregamento da dívida, mas não deve se mostrar um problema caso a economia não enfrente um grave ajuste recessivo no futuro próximo, como sinalizam as candidaturas oposicionistas, ignorando os impactos profundos que tal ajuste pode ter sobre o mercado de trabalho, o mercado financeiro e a economia brasileira como um todo.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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