FPA Informa 180 – Contas externas de junho têm resultado melhor que o esperado

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28 de julho de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Contas externas de junho têm resultado melhor que o esperado: O resultado da conta de transações correntes do mês de junho apresentou resultado melhor do que o esperado para o período, fechando o mês com superávit de US$ 3,75 bilhões. Com isso, é possível que o resultado das transações correntes deste ano se estabilize ou até melhore em relação ao ano de 2013, quando apresentou déficit de US$ 81 bilhões no ano, ou 3,66% do PIB. A melhoria da conta corrente foi influenciada, principalmente, pelo melhor resultado da balança comercial e pela redução no déficit na conta de viagens internacionais, devido em grande medida à entrada de turistas no período da Copa do Mundo. Outra boa notícia foi a melhoria no mês na composição do Investimento Externo Direto (IDE), que se concentrou fortemente na entrada de capitais estrangeiros para participação no capital de empresas nacionais (US$ 3,5 bilhões) e menos nos empréstimos entre companhias (US$ 387 milhões). Os investimentos em participação do capital são mais associados, em geral, com novos investimentos produtivos, fato que não ocorre com os empréstimos entre companhias, que em geral são repasses entre matrizes e filiais que não acarretam novos investimentos produtivos.
Comentário: O resultado superavitário de junho não pode ainda ser considerado uma tendência nas transações correntes brasileiras, mas certamente aponta um cenário menos negativo para o ano, particularmente devido à melhoria no saldo comercial. A conta de viagens, que veio positivamente influenciada pela Copa do Mundo, deve voltar a se deteriorar nos meses vindouros, mas com menor força do que no passado, seja devido ao câmbio menos valorizado, seja pela redução das expectativas e no ritmo de crescimento da renda nacional. Pelo lado do financiamento do saldo deficitário de transações correntes (que deve fechar o ano em 3,5% do PIB, resultado similar ao de 2013), a maior entrada de capitais externos em participação no capital de empresas nacionais é uma excelente notícia, que representa uma reversão da tendência até recentemente vislumbrada de aumento dos empréstimos entre companhias em detrimento dos investimentos novos. Apesar disso, sabe-se que boa parte destes investimentos não são green field, ou seja, não são destinados à ampliação da capacidade produtiva, mas sim a simples fusões e aquisições de estoques de capital previamente existentes. De uma forma ou de outra, o financiamento dos déficits em transações correntes parece tranquilo para esse ano devido à atração de capitais externos, sendo que a tendência para os próximos anos é de melhoria com a reversão dos maus resultados na balança comercial e nas contas de viagens.
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