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22 de maio de 2014
ECONOMIA NACIONAL
Taxa de desemprego cai em abril e tem melhor resultado desde 2002: A taxa de desemprego medida pelo IBGE apresentou queda no mês de abril na comparação com o mês de março, registrando 4,9% de desemprego contra 5% do mês anterior. Está taxa é a menor taxa para o mês de abril desde 2002, sendo significativamente menor que os 5,8% registrados na mesma pesquisa em abril de 2013. O resultado surpreendeu a maior parte dos analistas, que esperavam alta do desemprego para 5,2%. A população ocupada e desocupada registrou estabilidade em relação a março, sendo a queda no desemprego decorrente da redução na População Economicamente Ativa (PEA). Na comparação regional, a única região pesquisada que apresentou elevação da taxa de desemprego em abril foi Recife, que saiu de 5,5% de desocupação em março para 6,3% em abril. Todas as outras cinco regiões apresentaram estabilidade ou queda do desemprego, com destaque especial para São Paulo, onde o desemprego apresentou queda de 5,7% em março para 5,2% no mês de abril.
Comentário: A queda do desemprego é mais uma boa notícia para o governo e para o Brasil, juntamente com a queda da inflação divulgada nesta semana. Analisando-se detalhadamente os dados, percebe-se que atualmente boa parte da redução das taxas de desemprego estão ligadas não ao aumento da população ocupada, mas sim à redução da População Economicamente Ativa (PEA), particularmente devido a entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho. Como se sabe, por causa do aumento da renda média e a ampliação de vagas e financiamento para o ensino superior e técnico, hoje é possível para as famílias sustentar os estudos dos jovens por mais tempo, retardando sua entrada na PEA. Tal fato é confirmado pelos resultados do CAGED (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), que continua apresentando um saldo positivo de criação de empregos em abril (105.384 novas vagas de trabalho), mas bastante abaixo da média histórica para o mês, confirmando a desaceleração da criação de vagas. O dado realmente preocupante no campo da geração de empregos se observa na indústria, que demitiu mais funcionários do que contratou no mês de abril, fato pouco usual para o mês (saldo negativo de 3427 postos de trabalho). Tal resultado se deve, em grande medida, a desaceleração da indústria automobilística, mas reflete em parte também a desconfiança do empresariado acerca do crescimento da demando doméstica e externa, o que faz com que retenham novos projetos de investimento e eventualmente reduzam a produção, causando demissões.
AGENDA DO DIA
EVENTO HORÁRIO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
Taxa de desemprego 9h IBGE
CAGED 9h Min. Do trabalho
Análise: Guilherme Mello, Economista
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