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IPCA-15 desacelera em maio e aponta para inflação menor ao final do mês: O IPCA-15 de maio, calculado do dia 16 do mês anterior a 15 do corrente e considerado uma prévia para o IPCA, apresentou desaceleração, com alta de 0,58% após elevação de 0,78% em abril. Este resultado ficou próximo da previsão média dos analistas de mercado, que esperavam uma alta de 0,54%, e confirma a desaceleração da inflação no primeiro semestre do ano. A redução no ritmo de alta dos preços foi liderada pelos alimentos, que registraram alta de 0,88% contra elevação de 1,84% na leitura anterior. Na direção oposta, o aumento nas tarifas de energia elétrica (3,76% em média) e dos remédios (2,10%) fez com que o IPCA-15 para maio deste ano permanecesse acima do IPCA-15 registrado no mesmo mês de 2013, quando havia apontado elevação de 0,46%. No acumulado de 12 meses, o índice permanece em elevação, tendo encerrado março no patamar de 6,31%, sendo 3,51% referentes aos cinco primeiros meses de 2014. |
Comentário: A redução da inflação medida pelo IPCA deve se acentuar nos próximos meses devido à queda acentuada no preço dos alimentos (já captada pela queda acelerada dos IGPs), após a superação do período de seca do início do ano, que fez com que o preço de alguns bens subissem rapidamente. Aumentos pontuais, como o de energia e remédios, podem reduzir o ritmo de queda da inflação, mas a tendência é de desaceleração ao menos até agosto, quando tradicionalmente a inflação no Brasil volta a se acelerar. Ainda resta a dúvida se o acumulado de 12 meses da inflação permanecerá em alta nos próximos meses, dado que o ritmo de desaceleração do grupo “alimentos” e dos preços no atacado têm sido maior que o previsto pelos analistas do mercado. A manutenção do câmbio no patamar de R$ 2,20 é outro fator que pode contribuir no médio prazo para a desaceleração das expectativas de inflação, já que boa parte do mercado ainda trabalha com a hipótese do câmbio fechar o ano próximo a R$ 2,40. Por fim, a desaceleração da demanda e do mercado de crédito também são fatores que contribuem para uma inflação menos pressionada, apesar de afetarem negativamente a taxa de crescimento do PIB e eventualmente retirar dinamismo do mercado de trabalho. Em resumo, o cenário inflacionário parece sob controle, devendo a inflação fechar mais um ano dentro da meta estabelecida pelo Banco Central, salvo choques inesperados no câmbio ou em mercados isolados, como seria o caso do aumento de combustíveis ainda este ano. |
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