William Nozaki, coordenador do Direito à Cidade da Secretaria de Direitos Humanos, trabalha pela recriação dos espaços públicos na capital

“São Paulo é uma cidade marcada pela mercantilização das relações sociais e pelo esvaziamento do espaço público, com as pessoas secundarizadas a partir das necessidades e interesses do capital”. A frase é do economista William Nozaki a respeito do histórico de urbanização da capital paulista. Nozaki é responsável pela Coordenação de Promoção do Direito à Cidade da Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo, que tem como objetivo principal promover e fortalecer uma política de ocupação do espaço público pela cidadania no município.

Nesta terça-feira, 15, o economista foi o convidado do entrevistaFPA, programa conduzido nesta edição por Joaquim Soriano, diretor da Fundação Perseu Abramo (FPA). A área que Nozaki coordena na Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura é nova e atua em parceria com outras secretarias, para “organizar um conjunto de ações que tem como objetivo conectar o dispositivo humano ao projeto de desenvolvimento da cidade.”

EntrevistaFPA: uma São Paulo para as pessoas

EntrevistaFPA tratou do direito à cidade e diálogo com a população

Nozaki abordou a participação da prefeitura em um evento da ONU realizado na Colômbia, no início de abril, o Fórum Urbano Mundial, uma rodada de debates sobre as cidades para discutir os desafios das regiões metropolitanas e construir uma agenda de intervenção da ONU Habit, a ocorrer em 2016. A coordenação de Nozaki já tomou conhecimento de vários coletivos que praticam ações e atividades artísticas e culturais, com iniciativas que ajudam a cidade a se transformar em um local mais aprazível e “promovem os Direitos Humanos em São Paulo”.

Espaços de sociabilidade
O economista defende que é preciso recriar as diretrizes dos espaços de sociabilidade, uma vez que o abandono do espaço público pelas gestões anteriores é explícito. Para ele, o poder público precisa ajudar e não atrapalhar os vários grupos que atuam, como é o caso de grupos de hortas comunitárias, grupos que debatem mobiliário urbano ou grupos de artistas de rua.

As manifestações de junho também foram comentadas por Nozaki: “foi um momento positivo e que revelou os avanços do Brasil, mas mostra as contradições dos avanços e que devemos rever nossas propostas para o país. As placas tectônicas se abalaram e aceleraram a relação entre direitos humanos e direito à cidade”. Segundo ele, a criação da coordenação foi uma pequena resposta a esse processo de um ano atrás.

Assista a íntegra do entrevistaFPA com William Nozaki.

EntrevistaFPA
O programa entrevistaFPA é composto por quatro blocos de 15 minutos, sendo que o último bloco conta com perguntas enviadas pelos internautas. O programa já contou a participação do economista João Sicsú, do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, do professor Reginaldo Carmelo de Moraes, do sociólogo Jean Tible, o diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci, de Rosane Bertotti, da CUT, Paulo Vannuchi, membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Genoíno, deputado federal, e Rogério Sottili, secretário municipal de Direitos Humanos de São Paulo, João Pedro Stédile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, Jefferson Lima, secretário nacional de Juventude do PT.

Também participaram João Pedro Stédile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, e Jefferson Lima, secretário nacional de Juventude do PT, e Miriam Nobre, da Marcha Mundial das Mulheres.

Acompanhe no Canal da FPA no Youtube a íntegra das entrevistas já realizadas.

Fotos: Sérgio Silva