Administração consistente
Por Vicentinho
O êxito da Petrobras nas operações de captação de recursos no mercado internacional de capitais confirma sua boa reputação e reforça as expectativas favoráveis em termos de rentabilidade e sustentabilidade financeira. Portanto, os termos do debate político-eleitoral em curso não refletem a realidade da empresa.
A Petrobras financia investimentos com base numa estrutura de capitais que envolvem recursos próprios, resultantes da geração operacional de caixa, e recursos de terceiros, resultante do acesso ao mercado financeiro. O Plano de Negócios para o período 2014-2018 estima investimentos da ordem de R$ 220,6 bilhões.
A estratégia da empresa é realizar uma oferta anual de títulos em cada um dos dois grandes mercados: o europeu e o americano. Em 2014, a empresa já realizou duas operações no mercado externo e captou US$ 20,5 bilhões.
Em janeiro foram realizadas operações de captação no mercado europeu que totalizaram 3,05 bilhões de euros e mais 600 milhões de libras. Foi a maior operação de emissão de títulos realizada por uma empresa de um país emergente, para comercialização no mercado europeu, em toda a história. Em 10 de março a empresa voltou a realizar emissões, dessa vez no mercado de capitais dos EUA. Foram emitidos US$ 8,5 bilhões mediante bônus seniores.
Dois fatores foram determinantes para o êxito dessas operações de captação de recursos no mercado internacional. Por um lado, foram observadas as oportunidades de negócios relacionadas às descobertas recentes de reservas petrolíferas, em especial as associadas ao pré-sal.
Por outro lado, foi considerado o padrão de excelência do modelo de governança corporativa. A Petrobras atua no “novo mercado”, nível mais avançado de governança da BM&F Bovespa. A empresa também observa integralmente as boas práticas de governança recomendadas pela Securities and Exchange Comission (SEC), agência reguladora do mercado de capitais americano, e pela Bolsa de Nova York.
Outro fato relevante é a avaliação financeira da Petrobras realizada pelas empresas de classificação de riscos de crédito. O “risco Petrobras”, segundo avaliações mais recentes, realizadas pela Moody’s, pela Fitch Rating e pela Standard & Poor’s atribuem à empresa a condição de “grau de investimento”. Esta classificação constitui uma espécie de selo de qualidade referente à capacidade técnica e o compromisso político de cumprimento das obrigações financeiras assumidas pela empresa emitente de títulos no mercado de capitais.
Para além do debate político-eleitoral, os fatos confirmam a boa reputação financeira e gerencial da empresa perante as agências de risco e regulatórias, e os grandes bancos do mercado internacional de capitais. Essa avaliação evidencia a consistência do Plano de Negócios 2014-2018, e as expectativas favoráveis quanto as suas repercussões sobre a rentabilidade e a sustentabilidade financeira de longo prazo da Petrobras.
Vicentinho é deputado federal (PT-SP)
Publicado no Jornal O Globo e em www.ptnacamara.org.br