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IPCA sobe fortemente em março, mas IGP-M aponta desaceleração da inflação em abril: O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta manhã pelo IBGE apresentou alta de 0,92% em março, acima das expectativas médias dos analistas de mercado (que esperavam alta de 0,84%). Esta elevação se deveu fundamentalmente à aceleração dos preços de “alimentos” (1,92%) e “transportes” (1,38%), sendo que a soma de ambos representou 79% do índice. Por outro lado, a primeira prévia do IGP-M, calculada pela FGV, apresentou desaceleração em relação à março, marcando alta de 0,72% contra 1,16% em igual período de março. A principal desaceleração nos preços ocorreu no setor atacadista, que apresentou alta de apenas 0,8% contra elevação de 1,55% em março, refletindo a desaceleração dos preços dos produtos agrícolas no atacado (alta de 1,61% contra 3,81% em igual período de março). |
Comentário: A forte alta do IPCA em março joga mais pressão sobre o Banco Central, que deve elevar novamente os juros em 0,25 ponto percentual em sua próxima reunião. Esta alta, no entanto, está totalmente ligada ao choque na oferta de alimentos (causada pela prolongada estiagem) e há muito pouco o que a autoridade monetária possa fazer para combater tal fenômeno. O debate sobre o combate à inflação como se apresenta atualmente é absolutamente insuficiente para dar conta deste fenômeno que nos acompanha desde a década de 1990, devendo ser ampliado para tratar, além das questões macroeconômicas dos juros e dos gastos públicos, de variáveis estruturais e institucionais como indexação, composição e forma de cálculo dos índices inflacionários e poder de oligopólio de algumas empresas. De qualquer maneira, no curto prazo, a alta expressiva do IPCA preocupa por sinalizar que o acumulado de 12 meses se encontrará acima do teto da meta anual ao longo de 2014, fato que será muito explorado pela oposição na campanha eleitoral. A desaceleração do IGP-M em abril sinaliza que o pior da onda de choque inflacionária causada pelos alimentos já passou e que, a partir de agora, a tendência é de queda no ritmo de elevação dos preços, tanto no atacado quanto no varejo. Apesar disso, abril e maio ainda devem apresentar taxas de inflação superiores às do ano de 2013, contribuindo para elevação do acumulado em 12 meses e para a manutenção deste indicador acima da meta anual ao longo do ano. |
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