IPC-S e IGP-10 sobem em março, puxados por seca e alta nos alimentos

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17 de março de 2014
ECONOMIA NACIONAL
IPC-S e IGP-10 sobem em março, puxados por seca e alta nos alimentos: O Índice Geral de Preços – 10, calculado pela FGV entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês atual, subiu 1,22% na leitura final de março, puxado principalmente pela elevação nos preços dos alimentos no atacado. Com o resultado, o acumulado de doze mesmo do indicador somou avanço de 6,69%, sendo 2,19% somente nos três primeiros meses de 2014. A alta do IGP-10 foi causada, principalmente, pela alta do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede os preços no atacado e representa 60% do índice total. Apenas o IPA apresentou alta de 1,65% em março, contra elevação de 0,07% em fevereiro. O IPA de produtos agropecuários subiu 4,27% em março contra 1,68% no mês passado, o que explica boa parte da pressão sobre os preços. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do índice total e mede os preços no varejo, subiu apenas 0,70% em março, contra alta de 0,82% em fevereiro, influenciado pela queda no grupo educação (3,25% para 0,02% este mês). Outro índice divulgado hoje, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S), medido no varejo de sete capitais brasileiras, subiu 0,84% contra 0,71% na semana anterior, já refletindo a alta dos alimentos (que passaram de alta de 1,17% para elevação de 1,59%) no período.
Comentário: O aumento acentuado do IPA e a queda do IPC mostram que as inflações no atacado e no varejo passam por um momento de descolamento temporal. Ainda se recuperando de seu último choque (causado pelo grupo educação), a inflação no varejo apresenta queda até o dia 10 do mês de março, reforçando a possibilidade de que o IPCA do mês venha dentro das expectativas (atualmente em 0,62%). Por outro lado, a alta do IPC-S mostra que o aumento do preço dos alimentos já começa a chegar aos preços do varejo nesta última semana, o que eleva a possibilidade do IPCA do rodar próximo de 0,7%. Caso esta hipótese de transmissão dos preços já em março se confirme, a inflação do mês deverá ser maior que a verificada em 2013 (0,47%), levando o IPCA do primeiro trimestre para um patamar similar ao verificado ano passado. A alta substantiva dos preços no atacado, puxados pelo choque agrícola decorrente da recente estiagem, deve continuar afetando os preços no varejo no futuro próximo, particularmente nos meses de abril e maio. Como abril/2013 também foi um mês de inflação pressionada (0,55%), resta saber quanto da alta dos preços no atacado será repassada para o varejo, para apenas então descobrir se haverá uma retomada significativa do acumulado de doze meses do IPCA, que poderá retornar para a casa dos 6%. No momento, o quadro inflacionário de 2014 parece bastante similar aquele de 2013, sem grandes riscos de superação da meta estabelecida para o ano.
 
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