Com IPCA-15 acima das expectativas, Banco Central prevê inflação de 5,8% em 2013.

 

 

Com IPCA-15 acima das expectativas, BC prevê inflação em 5,8% em 2013: Após a divulgação do IPCA-15 ontem, 19, que apresentou elevação de 0,75% e somou 5,85% em 2013, o Banco Central divulgou hoje, 20, seu relatório trimestral de inflação, onde prevê que o ano de 2013 se encerre com 5,8% de inflação medida pela IPCA. Esta previsão está em linha com as projeções anteriores do mercado, que esperavam inflação de 5,7% antes da divulgação do IPCA-15. O BC ainda espera, em seu cenário-base (com juros próximos a 10% e câmbio em R$ 2,35), que a inflação em 2014 caia para 5,6%, registrando a menor alta do governo Dilma. A previsão de crescimento do PIB em 2013 foi reduzida de 2,5% para 2,3%, que segundo o BC deve ser repetido no ano de 2014.

Comentário: As projeções de inflação e PIB para 2014 ainda estão sujeitas a profundos ajustes e alterações, em razão das enormes incertezas que pairam sobre a economia mundial e sobre o ambiente empresarial da economia brasileira. A maioria das apostas, no entanto, aponta para um cenário similar ao ano de 2013, com crescimento econômico moderado, inflação em queda gradual, desemprego baixo e crescimento da renda. Neste cenário, a questão econômica deverá ter um peso apenas relativo no processo eleitoral em 2014, já que o país não estará vivendo um ciclo de expansão vigoroso, mas também estará longe de passar pela crise econômica que os oposicionistas torcem e propalam. Em relação ao cenário de 2013, o IPCA-15 de ontem demonstrou que permanece a possibilidade da inflação deste ano superar na segunda casa decimal a inflação de 2012. Do ponto de vista prático, no entanto, a inflação em 2013 deve ser considerada igual a de 2012, o que demonstra ao mesmo tempo um controle do processo inflacionário e uma resistência dos preços a uma queda mais generalizada.
 

Confiança do consumidor cai, mas confiança da indústria sobe em dezembro: A confiança do consumidor apresentou nova queda no mês de dezembro, com retração de 1,2%, acumulando queda de 6,1% no ano de 2013. Apesar disso, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) permanece no terreno positivo, com 111,5 pontos (em uma escala de 0 a 200), o que aponta para crescimento no ritmo da demanda. A maior queda verificada no ICC diz respeito ao Índice de Situação Atual (ISA), que apresentou redução de 1,3% em dezembro para 119,2 pontos, abaixo da média de 128,8 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) apresentou queda menos acentuada, de apenas 0,4% para 108,6 pontos. Quanto à prévia da pesquisa de confiança do empresário industrial houve uma elevação no mês de dezembro, de 0,6% em relação ao mês anterior, atingindo 99,6 pontos. Se confirmado, esse será o segundo aumento consecutivo, após crescimento de 1,2% em novembro.

Comentário: A confiança do consumidor, apesar da variação negativa, ainda encontra-se no campo do otimismo, mesmo que mais moderado. Isso se reflete no crescimento da demanda, um dos principais motores recentes do crescimento econômico brasileiro. Já a confiança do empresário dá sinais de recuperação, após um período de queda expressiva, influenciado pelas manifestações de junho e alimentado pelo clima catastrofista criado pela imprensa e pelos analistas econômicos do mercado financeiro. Caso se confirme a “normalização” de alguns índices econômicos, como inflação, emprego e crescimento, é possível que a confiança do empresariado se mantenha em recuperação ao longo de 2014. O processo eleitoral, no entanto, pode influenciar negativamente este movimento de recuperação da confiança, seja pelas incertezas que gera, seja pelo posicionamento político assumido por setores do empresariado.
Análise: Guilherme Mello, Economista
www.fpabramo.org.br
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