Desemprego cai para 4,6% em novembro e registra o menor resultado desde o início da série histórica em 2002.

 

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Desemprego cai para 4,6% em novembro e registra mínima histórica: A taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) seguiu sua trajetória de queda no mês de novembro e registrou queda de 0,8%, passando de 5,2% (outubro) para 4,6% (novembro), o menor resultado desde o início da série histórica em 2002. O resultado ficou abaixo do previsto pelos analistas financeiros, que esperavam uma taxa de desemprego entre 4,8% e 5%. O setor de serviços foi o principal responsável pela queda do desemprego, aumentando em 1,6% o número de ocupados e gerando 67 mil novas vagas. Em seguida, o maior crescimento foi registrado nos setores do comércio, que criou 48 mil novos postos de trabalho (1,1% de crescimento), e da construção civil, com 34 mil novos trabalhadores empregados (1,9% de crescimento). Além disso, o rendimento médio habitual do trabalho ficou em R$ 1.965,20, um crescimento de 2% na comparação com o mês anterior e 3% em relação a novembro de 2012.

Comentário: A queda expressiva do desemprego, mesmo em um cenário de crescimento moderado do PIB, demonstra um dinamismo da economia brasileira que está fundamentalmente ligada ao crescimento do mercado interno e a ampliação da renda do trabalho, o que explica a forte expansão nos setores de serviços e comércio. Parte da queda do desemprego pode estar ligada também à redução do ritmo de entrada de jovens no mercado de trabalho, já que agora possuem a oportunidade de completar e alongar seus estudos, o que retira parte dos novos ingressantes no mercado e reduz a pressão por novas vagas. Obviamente, dado o crescimento dos rendimentos e do emprego, há uma pressão inflacionária localizada no setor de serviços, mas que serve como forma de distribuição de renda – historicamente tão concentrada no Brasil. É de se esperar que dezembro registre uma queda ainda mais acentuada no desemprego, levando o Brasil a registrar novamente uma mínima histórica neste quesito.
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Banco Central americano anuncia redução dos estímulos monetários: O Banco Central americano (FED)anunciou na tarde de ontem, 18, que dará início ao corte gradual dos estímulos monetários utilizados para conter os efeitos da crise financeira iniciada em 2008. Conhecido como quantitative easing (QE), estes estímulos constituíam-se na recompra, por parte do governo, de títulos públicos nas mãos dos investidores privados, o que garantia liquidez (dinheiro) para os bancos e para o setor financeiro. O anúncio de ontem diz que, a partir de janeiro, o governo americano irá reduzir este programa de recompra de títulos (fato que ficou conhecido como tapering) em US$ 10 bilhões mensais, partindo dos atuais US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões. A taxa de juros, no entanto, permanecerá nos níveis atuais, ou seja, entre 0% e 0,25%..

Comentário: A redução no programa de recompra de títulos americanos já era um fato esperado pelos investidores de todo o mundo, dado os sinais de recuperação gradual da economia norte-americana. O anúncio do FED deixa claro que a redução dos estímulos será realizada lentamente e que as taxas de juros ainda permanecerão nos patamares atuais por um longo período, ao menos até que a taxa de desemprego americano caia abaixo de 6,5% ou que algum sinal de repique inflacionário ocorra, fato muito pouco provável atualmente. Para o Brasil, esta decisão vem em boa hora, pois reduz as constantes turbulências do mercado (que flutuava em torno da possibilidade de início do tapering) e permite ao Banco Central programar suas intervenções no mercado de câmbio, de forma a minimizar os efeitos de desvalorização cambial promovidos pela decisão do FED. A possibilidade da “tempestade perfeita” (que consistiria na combinação de fim do QE com queda no rating soberano da economia brasileira no início de 2014) na economia brasileira se mostra bastante reduzida, já que a decisão agora anunciada pelo FED antecipa parte do efeito da desvalorização cambial, que pode ser contida parcialmente pelo BC brasileiro antes de um eventual rebaixamento da nota do país pelas desacreditadas agências de classificação de risco (que caso ocorra será conhecida apenas em meados do primeiro semestre de 2014).
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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