Pesquisa Datafolha reforça favoritismo de Dilma: Uma pesquisa Datafolha divulgada no domingo revelou o crescimento da candidatura de Dilma Rousseff em comparação com seus eventuais adversários, além de uma recuperação na avaliação de seu governo. Segundo a pesquisa, no cenário eleitoral mais provável hoje Dilma teria 47% dos votos, contra 19% de Aécio e 11% de Eduardo Campos. Isso representa um crescimento de 5% para Dilma em relação à pesquisa anterior (feita no início de outubro) e um recuo de 2% de Aécio e 4% de Campos. O único cenário em que Dilma ainda enfrentaria um eventual segundo turno é quando os candidatos oposicionistas são Serra (19%, tendo caído de 20% na última pesquisa) e Marina (24%, tendo caído de 28% na última pesquisa), somando juntos 43% contra 41% de Dilma. A avaliação do governo também avançou positivamente, passando de 38% de aprovação para 41% na mais recente pesquisa.
Comentário: O apelo inicial da candidatura Campos/Marina parece estar se dissipando, e só poderá tomar novo fôlego com os programas eleitorais, mais próximos do pleito. Aécio e Serra tem desempenho eleitoral muito semelhante, abarcando a maior parte dos eleitores tradicionalmente oposicionistas, mas mostrando pouca capacidade de ampliação de sua base eleitoral, enquanto Dilma eleva gradualmente sua aprovação. Por serem candidatos ainda pouco conhecidos (ou conhecidos sem grande profundidade), Aécio e Campos terão um grande trabalho para apresentar seus nomes para o eleitorado nacional, mas também contam com isso para ampliar seu potencial de amealhar votos na seara governista. Parece evidente que em um cenário de candidatos novos e pouco conhecidos, a construção de alianças nacionais e regionais, que garantam palanques e estruturas estaduais assim como tempo no programa eleitoral obrigatório, será fundamental para os candidatos oposicionistas. Sob este ponto de vista, a dificuldade que os partidos oposicionistas enfrentam para cindir o campo governista e atrair partidos aliados para seus projetos pode ser decisiva no transcorrer do processo eleitoral do ano vindouro.
PIB do terceiro trimestre decepciona e cai 0,5%: O IBGE divulgou na manhã desta terça-feira o resultado do PIB do terceiro trimestre da economia brasileira, e o resultado foi pior do que o esperado, registrando queda de 0,5% no trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior. Na comparação com o mesmo trimestre do ano de 2012, o PIB brasileiro apresentou expansão de 2,2%, enquanto o crescimento acumulado no ano de 2013 apresenta alta de 2,4% e 2,3% em 12 meses. O resultado ruim foi puxado pela queda na produção agrícola (-3,5% no trimestre) e pela estabilidade nos setores industrial e de serviços, que cresceram apenas 0,1% no período. Sob a ótica da demanda, o principal fator negativo foi a queda na taxa de investimento (formação bruta de capital fixo), que apresentou recuo de 2,2% em relação ao trimestre anterior, enquanto o consumo das famílias cresceu 1% e o consumo da administração pública teve alta de 1,2%. No comércio externo, as exportações caíram 1,4% enquanto as importações caíram apenas 0,1%.
Comentário: A queda do PIB no terceiro trimestre superou negativamente a expectativa média dos analistas de mercado, que previam uma queda de “apenas” 0,3%. Mais que isso, a revisão dos dados pelo IBGE sobre o crescimento dos semestres e do ano anterior, com uma mudança de metodologia que agora aperfeiçoa o cálculo do PIB no setor de serviços, não teve o impacto esperado nos dados, elevando o crescimento de 2012 para 1% (um crescimento de apenas 0,1% em relação ao dado anteriormente divulgado). Por outro lado, mantem-se a expectativa de que o quarto trimestre seja de recuperação do PIB puxado pelo crescimento (mesmo que moderado) das exportações e do investimento, fazendo com que a taxa de expansão do PIB do último trimestre do ano alcance 0,5%, anulando parcialmente a queda do terceiro trimestre e permitindo à economia brasileira crescer algo em torno de 2,5% no ano de 2013. A reversão na trajetória de expansão do PIB no terceiro trimestre, dado que este vinha de expansões nos dois primeiros trimestres do ano, também pode servir de argumento ao Banco Central para moderar, já na próxima reunião, o ritmo de aumento das taxas de juros, dado o cenário de menor crescimento da demanda.
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