Lula e Dilma em Salvador: é preciso reconhecer as conquistas
Em plenário com mais de mil pessoas, presidenta Dilma elencou mudanças, na mesa coordenada pelo presidente da FPA, Marcio Pochmann
Em Salvador (BA), no último seminário em comemoração aos dez anos de governo democrático e popular no Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar o direito do povo brasileiro reivindicar tudo que falta, mas também lembrou que é “obrigação reconhecer tudo que conquistamos”.
Ao lado da presidenta Dilma Rousseff, do presidente do PT, Rui Falcão, governador Jaques Wagner, representantes da CUT, UNE, MST e religiosas de matriz africana, além de várias autoridades de partidos aliados, Lula mandou recados bem-humorados, falou de desafios, perspectivas, sem deixar de lado a lucidez da análise quando o assunto é a conjuntura.
“Tem gente querendo fazer com que as pessoas esqueçam o que fizemos nos últimos dez anos”, afirmou Lula no começo de seu discurso. “Nós temos o direito de reivindicar tudo que falta, mas temos a obrigação de reconhecer tudo que conquistamos”. O ex-presidente lembrou que uma das
grandes conquistas da última década foi o direito de o Brasil andar de cabeça erguida no mundo inteiro.
A política foi apontada por Lula como o único caminho possível para solucionar os problemas. O ex-presidente ressaltou que todas as vezes em que um discurso anti-político prosperou, as consequências foram o nazismo, o fascismo e a ditadura. “A única coisa que nós políticos não podemos é ter vergonha de ser políticos”, defendeu.
A presidenta Dilma afirmou que o momento atual do Brasil não pode ser visto como marco zero das mudanças. “Vejo gente tentando interpretar a voz das ruas como a demonstração de que nada foi feito até aqui”. Diante de um plenário com mais de mil pessoas, a presidenta Dilma Rousseff elencou uma série de mudanças, na mesa coordenada pelo presidente da Fundação Perseu Abramo (FPA), Marcio Pochmann, que tratou de participação popular e movimentos sociais.
Dilma aproveitou o seminário, que possibilitou o encontro com o partido e os movimentos para relembrar todos os pactos propostos como resposta aos recentes protestos e afirmou: “a praça é do povo”. E assinalou: “Ampliar a democracia gera desejo por mais democracia”.
Antes do ato político, o ex-ministro da Secretaria Geral da Presidência da República e atual diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci e representantes de movimentos sociais falaram sobre as conquistas dos últimos dez anos e dos desafios colocados.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula