Evento em Salvador reuniu centenas de pessoas para debater o FPA Comunica sobre o Vale Cultura

 

Visando fomentar o debate sobre as políticas culturais baianas de inclusão social, cerca de duzentas pessoas participaram da conferência pública sobre o Vale Cultura. O evento apresentou e analisou este incentivo cultural proposto pelo Ministério da Cultura (Minc), a partir das perspectivas da implementação deste mecanismo na Bahia e pontuando as reestruturações sociais e financeiras, assim como, a reorganização da demanda no Estado.

Realizada no Complexo Cultural dos Barris, a apresentação foi ministrada pelo presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann, que apresentou uma pesquisa de 2012, sobre a possível exclusão de parte da população ao acesso a bens e equipamentos públicos culturais, tendo em vista, o desenvolvimento da política de Vale Cultura no Brasil. A mesa também contou com os comentários dos secretários de Cultura da Bahia (Secult), Albino Rubim e de Planejamento (Seplan), José Sérgio Gabrielli, além do presidente do Partido dos Trabalhadores da Bahia, Jonas Paulo.

Em sua fala, Pochmann explicou como funciona a política do Vale Cultura e do estimulo a oferta de criação de equipamentos culturais, já que, segundo ele, o cenário cultural demonstra a existência de uma forte concentração de equipamentos culturais nas principais cidades do Brasil. “Isso acaba gerando uma exposição muito grande para a população de vários municípios e de diversos equipamentos culturais. Um grande exemplo é a questão do cinema, já que, dos mais de cinco mil e quinhentos municípios que temos no Brasil, 91% não tem sala de cinema”, complementa Marcio.

O quadro de exclusão a cultura em determinados segmentos na sociedade ainda é fator básico. Para o secretário de Cultura Albino Rubim, os dados são alarmantes: “A quantidade de pessoas que vão ao cinema, teatro, ou que tem acesso ao livro ou leem uma quantidade de livros por ano ainda é dramático”. Contudo, ele avalia que o atual momento é de superação e de inclusão cultural com a medida. “Inclusão cultural não é apenas a que passa pelos níveis de educação, ela passa também por toda essa discussão que está sendo colocada. E devemos aproveitar este momento para fazer com que a exclusão sócio cultural brasileira seja superada”, conclui Albino Rubim.

Neste mesmo sentindo, Gabrielli esclarece que o Vale Cultura é importante para o setor de produção de bens e de consumo. “O mercado cresce especialmente expandido os setores de serviços e comércios e de forma mais acelerada atingirá o Norte, Centro-Oeste e Nordeste com suas demandas”, lembra o secretário estadual de planejamento.

Vale Cultura – será um benefício mensal, de R$ 50, destinado a trabalhadores que recebem até cinco salários mínimos para incentivar o consumo de produtos culturais como cinemas, bibliotecas, teatros, museus, centros culturais e livrarias. Criado pelo então presidente Lula, em 2009, foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff, em 2012. O evento aconteceu na sala Kátia Mattoso da Biblioteca Pública do Estado da Bahia (Barris), foi transmitido no site http://aovivo.fpabramo.org.br/. E teve um acesso de quase 800 internautas que conferiram a entrevista pela Internet. O mesmo debate já ocorreu em Brasília e está previsto para outras capitais como Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belém. O evento foi realizado pela Fundação Pedro Calmon/SecultBA em parceria com a Fundação Perseu Abramo.

 

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