Estive no evento do PT Nacional que deu abertura ao seminário organizado pela Fundação Perseu Abramo, de estudo e pesquisas do partido sobre os dez anos de governo federal petista. O momento foi mágico, como há muito não se via. Pelo menos que eu me lembre.

As falas dos representantes dos partidos aliados foram todas fortes, profundas, e transmitiram a ideia central de que a coalizão que elegeu Lula e Dilma considera-se coautora – o PT à frente – das transformações sociais e econômicas que estamos promovendo no país. E continua solidariamente coesa.

As falas de Lula e de Dilma foram preciosas. Marcaram com vigor o que o bordão que ilustrava o evento sintetizava: “Do Povo, Para o Povo, Pelo Povo”. Expressão definidora da democracia, esta frase cola-se à perfeição para o PT e para seu governo.

“Pelo Povo” mostrando a participação social que marca nosso partido desde sua origem. “Para o Povo” a ressaltar que o nosso modelo de desenvolvimento está calcado em uma base inegociável, que é a do compromisso com a inclusão social e com a promoção constante das classes sociais excluídas a patamares superiores de bem estar e cidadania. “Do Povo” marcando que nosso poder emana do voto popular e ação de massas de nossa militância, a se confundir com os movimentos sociais.

As suas falas (as de Lula, como sempre entremeadas de tiradas bem humoradas), foram precisas e repletas de argumentos, que desmontavam, uma a uma, as tentativas de desconstrução de nosso partido e nosso governo por parte “deles” – um misto de partidos e setores da imprensa que agem como se partido fossem. Dilma também atentou para o fato dizendo que os investimentos em dezenas de novas hidroelétricas e parques eólicos, além da redução das tarifas de energia, deixam os nossos críticos, que anunciavam o caos energético, sem ter o que dizer.

Não resisto relembrar alguns momentos, como quando Lula disse algo assim: “eles não gostam da gente nem do povo. Qualquer iniciativa nossa é seguida logo de uma crítica. O Bolsa Família, feito para matar a fome de milhões de famílias, foi logo taxado de programa que acostuma mal o povo e cria vagabundagem. Como quando, no início do trabalho nas fábricas, diziam que operário não deveria ter férias, pois o ócio conduziria o povo a beber. E ainda disseram logo que tínhamos de criar uma porta de saída para o Bolsa Família. Mas tínhamos acabado de criar a porta de entrada! A maioria ainda estava de fora e já cobravam a saída. Não queriam dar ao cara nem tempo de tomar uma lapada”. E assim foi Lula, dizendo as verdades e até tirando brincadeiras para torná-las ainda mais penetrantes.

Destaco ainda quando Lula falou de corrupção. Foi quando ele registrou ter visto recentemente FHC reclamar de um trabalho da Fundação Perseu Abramo que compara o governo dele com os nossos. “FHC estava nervoso com comparações”, asseverou Lula. E emendou: “nós gostamos de comparações, e devemos ir a todos os debates. E vamos ganhar todos eles, inclusive quando o assunto for corrupção, pois nenhum governo criou tantos mecanismos de combate a corrupção nem a combateu tanto quanto o nosso”.

Outro momento importante foi a mensagem de Rui Falcão e o destaque que deu à necessidade de uma reforma política que acabe com o financiamento privado de campanhas, bem como a necessidade de democratizarmos mais as comunicações, o que os oligopolistas do setor insistem em apresentar como tentativa de censura.

Foi muito bom ver a animação e a disposição da presidenta Dilma em ir para o confronto de ideias. Ela estava, como dizemos aqui, “virada na peste”. Animadíssima ao falar nos dados de nossos governos, mas principalmente ao marcar o nosso compromisso de seguir promovendo o bem estar econômico e social daqueles que, já tendo ascendido à classe média, já tendo ingressado na universidade, por exemplo, querem mais. Querem um sistema de transporte público que funcione. Querem sua casa própria. Querem que todos os de sua família também tenham acesso a uma universidade. Querem ser ouvidos e participar mais da vida política e social do país e de sua cidade. Dilma marcou bem claro o compromisso do PT e de seu governo de seguir adiante neste rumo de desenvolvimento. Com uma economia estável – ela reafirmou com ênfase o seu compromisso com a estabilidade macroeconômica; com inflação sob controle; juros baixos e economia crescendo –, mas sempre sobre o alicerce de um princípio inegociável, que é dar prioridade à inclusão social e política cada vez maior de nosso povo. Do Povo, Para o Povo, Pelo Povo.

Viva o PT
Viva os dez anos de nosso governo.
Viva o povo brasileiro

PS1: Ao fim de seu discurso, Lula lançou Dilma à reeleição. Os que anteciparam o momento eleitoral não ficaram sem resposta.

PS2: Os que queriam transformar o evento em um ato de desagravo a petistas condenados na ação penal 470 morderam a língua. O assunto era outro.

PS3: As frases aspeadas foram escritas de memória, portanto assumo a responsabilidade de alguma eventual imprecisão.

 

Pedro Eugênio, deputado federal e presidente estadual do PT/PE, membro do Conselho Curador da Fundação Perseu Abramo

(Foto: Douglas Mansur/PT-SP)

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