A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e o Instituto Macuco lançam nesta terça-feira (4/9) o livro Vala Clandestina de Perus – Desaparecidos políticos: um capítulo não encerrado da história brasileira. A vala clandestina fica localizada no Cemitério Dom Bosco em Perus, na capital São Paulo, onde foram enterrados mais de mil corpos, incluindo de presos e desaparecidos políticos.

O lançamento da publicação é resultado de um projeto do Instituto Macuco selecionado pela segunda chamada pública do projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça divulgada em 2011.

A obra com 200 páginas e fotos coloridas reúne textos da ex-prefeita Luiza Erundina, que governava São Paulo à época da descoberta da Vala de Perus; do vereador Ítalo Cardoso e da ex-vereadora Tereza Lajolo, que fizeram parte da CPI da Câmara Municipal de São Paulo que investigou o caso (setembro de 1990 a maio de 1991); de Ivan Seixas, Maria Amélia Teles e Suzana Lisboa, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, além de Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia. Na década de 1990, a CPI do legislativo paulistano ouviu vítimas e cúmplices do regime, localizou corpos, e um centro de tortura até então desconhecido.

Junto ao lançamento da publicação, haverá exposição com fotos históricas registradas pelo fotógrafo Marcelo Vigneron durante a abertura da Vala de Perus. A exposição reúne ainda imagens encontradas em diversos arquivos de familiares de presos e desaparecidos políticos.

Marcas da Memória – A iniciativa da Comissão da Anistia do Ministério da Justiça seleciona projetos de preservação, divulgação e formação da memória da Anistia Política e do processo de Justiça de Transição no Brasil. Este ano, a III Chamada Pública do Marcas da Memória oferecerá apoio financeiro de R$ 30 mil a R$ 600 mil para os projetos selecionados, que foram enviados entre maio e junho passado.

Serviço:

Lançamento dia 4/9, na Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Rua General Jardim, 522, Vila Buarque.