Valter Pomar: crise internacional será pano de fundo da reunião do Foro de São Paulo
Valter Pomar, secretário executivo do Foro de São Paulo e membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores fala sobre o XVIII Encontro do Foro.
O Foro de São Paulo realizará, entre 04 e 06 de julho, em Caracas, sua XVIII reunião. Quem participará dos encontros?
Valter Pomar – Delegações indicadas pelos partidos que integram o Foro de São Paulo. Participam também convidados de todo o mundo, de partidos, movimentos sociais e instituições variadas. Além disso, há convidados que são de partidos latinoamericanos que não são ainda membros, mas pretendem vir a ser integrantes do Foro.
Qual deverá ser o pano de fundo da reunião do Foro de São Paulo? A crise internacional, as ameaças à democracia na América do Sul?
O pano de fundo é a crise internacional, seus impactos na região, assim como as políticas que nossos partidos, movimentos sociais e governos estamos implementando. E, evidentemente, as ações de nossos inimigos: acertadamente, o Foro vem apontando há tempos que está em curso uma contraofensiva da direita. O golpe de fato ocorrido no Paraguai é mais um exemplo disto.
O Foro acontece num momento de grande movimentação política no Cone Sul, com a iminência das eleições presidenciais na Venezuela e as manifestações dos países da região contrários ao golpe no Paraguai. Como o Foro pretende tratar destas questões?
Por um lado, manifestando apoio a candidatura de [Hugo] Chavez e, antes disso, à candidatura de AMLO [Andrés Manuel López Obrador] no México. Por outro lado, apoiando a esquerda e os setores democráticos paraguaios, na luta contra o golpismo. E respaldando as medidas implementadas pelos governos progressistas, que estão suspendendo o Paraguai dos organismos regionais.
Qual o posicionamento oficial do Foro em relação à deposição do presidente Lugo e aos recentes acontecimentos políticos no Paraguai? E de que forma a deposição do presidente Lugo pode ser comparada à de Manoel Zelaya, de Honduras?
Consideramos que o impeachment foi um golpe de fato. A diferença entre o que ocorreu em Honduras e no Paraguai está principalmente na forma. Nos dois casos, a institucionalidade controlada pela direita foi utilizada para afastar a esquerda dos seus espaços institucionais.
Esta edição do Foro acontece na sequência da Rio+20 e da Cúpula dos Povos, eventos protagonizados por instituições multilaterais, países e sociedade civil e dedicados ao debate e à formulação de políticas de desenvolvimento e sustentabilidade. A agenda deste encontro prevê debates sobre esta questão em especial?
Um dos talleres temáticos do Foro debaterá exatamente os temas ambientais. E a declaração final falará disto, assim como já tratávamos do tema no documento base. Evidentemente, compreendemos que capitalismo e neoliberalismo não rimam com sustentatibilidade.
Leia mais:
– Site oficial do Foro de São Paulo
– Documento-base para o XVIII Encontro do Foro de São Paulo
– Documento do Partido dos Trabalhadores para os delegados do Foro de São Paulo