Livro “Mídia: teoria e Política” e “Comunicação e cultura: as ideias de Paulo Freire” do professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB ganha reedição e lançamento durante Bienal de Brasília e serão lançados nesta quinta-feira (19), em Brasília.

Livro “Mídia: teoria e Política” e “Comunicação e cultura: as ideias de Paulo Freire” do professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB ganha reedição e lançamento durante Bienal de Brasília e serão lançados nesta quinta-feira (19), em Brasília.

Durante a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura (Brasília – DF), a Editora Fundação Perseu Abramo (EFPA) relança dois importantes títulos da vida intelectual e acadêmica do professor titular de Ciência Política e Comunicação da UNB (Universidade de Brasília), Venício A. de Lima. “Mídia: Teoria e Política” ganha 2ª edição e reimpressão, e o recém-lançado em 2011, na ocasião dos 90 anos de Paulo Freire, “Comunicação e cultura: as ideias de Paulo Freire” lançamento especial em solo brasiliense.

Mídia: Teoria e Política

Em uma conjuntura político-social e cultural em que os movimentos sociais discutem o marco regulatório da mídia e dos meios de comunicação, a presente obra de Venício A. de Lima, “Mídia: Teoria e Política” aborda as problemáticas e a construção da mídia no Brasil.

Em dez capítulos que transitam entre o campo de estudo da Comunicação Social no Brasil; Globalização e políticas públicas no Brasil – a privatização das comunicações: 1995-1998; Televisão e política: hipótese sobre o 1o turno da eleição presidencial de 1989, e uma análise discursiva e de poder da Rede Globo de Televisão, destaca-se a atualidade da nova edição.

No capítulo 1: “Breve roteiro introdutório ao campo de estudo da Comunicação Social no Brasil” a discussão sobre a recente expansão das tecnologias de informação e comunicação (TIC), em especial a internet. Segundo o autor, “(…) Descentralizadas e potencialmente interativas, em oposição às características de concentração e unidirecionalidade da “velha mídia”, as TICs obrigam a repensar todo o contexto de discussão teórica sobre a comunicação e trazem profundas consequências para a economia política e, inclusive, para a formação profissional do setor”.

No campo da luta política, o capítulo 4 Comunicação no Brasil: velhos e novos atores, lança análise para a consolidação de um novo e poderoso ator – as empresas de telecomunicações; e o despertar dos “não-atores”, isto é, setores organizados da sociedade civil que lutam historicamente pela “democratização das comunicações”, sobretudo, a partir da convocação e realização da 1ª Conferencia Nacional de Comunicação, em dezembro de 2009.

Sob estas duas novas perspectivas, a dos TICs e dos novos atores, mudam-se as relações sobre a influência da grande mídia no processo de formação de opinião. Com a mobilização social e o crescimento da Classe C, nota-se uma expansão do acesso à informação, sua difusão e diálogo por meio de novas mídias tecnologias. Muda-se a figura autoritária do “formador de opinião” da mídia hegemônica para os novos líderes de opinião, localizados em espaços geográficos precisos – movimentos sociais e sociedade civil.

Construído pela sua experiência e senso crítico, adquiridos ao longo de sua carreira acadêmica, intelectual e como ativista, “Mídia: Teoria e Política” é um título “genealógico” das relações de poderes que se estabelecem nos meios midiáticos e perpassam os debates políticos. Ao se apoiar na leitura das teorias e epistemologia freiriana, o autor aproxima a ideia de emancipação da educação como, também, o acesso produtivo e democrático à plena informação.

Comunicação e Cultura: as idéias de Paulo Freire

Fruto de tese de doutorado defendida em agosto de 1979, a obra traz uma análise sobre a importância de Paulo Freire para o estudo da comunicação sob uma ótica ainda hoje vanguardista. O registro do autor evidencia o conceito proposto pelo educador, que concebe a comunicação de forma dialógica, ou seja, obtida através do direito de todos os indivíduos ao acesso à informação e aos meios necessários para o direito de resposta e articulação. Segundo Lima, ao entender a comunicação como uma relação entre sujeitos, Freire afirma que toda relação de poder fica excluída, sendo que o conhecimento gerado por este diálogo está comprometido, de forma inerente, com a justiça e a transformação social.

As reflexões de Venício A. de Lima acerca da obra de Paulo Freire evidenciam o ineditismo do pensamento visionário do filósofo, que já previa o caminho da comunicação como diálogo sendo a única via coerente, ainda no início da década de 1970, antevendo em muito o surgimento da internet e, por conseguinte, da revolução digital.

“Comunicação e cultura: as ideias de Paulo Freire” também aborda de forma ampla os conceitos de censura e liberdade de expressão, destacando o silêncio da grande mídia sobre determinados temas como a forma mais usual de sonegar o conhecimento, ao evitar trazer o assunto para o debate público. A análise de Lima mostra como a obra de Freire permanece há 40 anos como uma das poucas referências amplas e atualizadas para se pensar as novas tecnologias de comunicação e também a tão questionada regulação dos meios.

Tendo como base os livros de Paulo Freire “Pedagogia do Oprimido” (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970) e “Extensão ou comunicação?” (Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971), Venício Lima apresenta ainda uma pesquisa profunda sobre os registros do educador que abordam a comunicação e a cultura. São diversos artigos e declarações, incluindo muitas publicações inéditas na língua portuguesa.

Sobre o autor

Venício Artur de Lima é professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB e autor, dentre outros, de “Diálogos da perplexidade” (Editora Fundação Perseu Abramo: São Paulo, 2009); “Mídia – Teoria e Política” (Editora Fundação Perseu Abramo: São Paulo, 2001);  “Liberdade de Expressão vs. Liberdade de Imprensa – Direito à Comunicação e Democracia” (Publisher: São Paulo, 2010). Natural de Sabará, Minas Gerais, nasceu em 1945, filho de professores. Formado em Sociologia e Política pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1991 já possuía dois pós-doutorados, um pelo Institute of Communications Research da University of Illinois e o segundo pela Miami University.

Sobre a EFPA

Fundada em 1997, a Editora Fundação Perseu Abramo é um espaço para o desenvolvimento de atividades de reflexão político-ideológica, estudos e pesquisas, destacando a pluralidade de opiniões, sem dogmatismos e com autonomia. Com mais de 180 livros em catálogo, a editora conta com autores importantes como Antonio Candido, Celso Furtado, Aloysio Biondi, Michael Löwy, Marilena Chaui, Lélia Abramo, Milton Santos, Maria da Conceição Tavares, Francisco de Oliveira, Maria Rita Kehl e Leandro Konder, entre outros.