Mobilidade urbana: Brasil precisa de legislação que garanta integração social, diz Zezeu Ribeiro
“É preciso aproveitar a Copa para construir um processo de mudança nas capitais brasileiras”
“Temos muitos problemas no Brasil, nós tivemos uma defasagem enorme nos serviços de mobilidade urbana. Não podemos perder a Copa como oportunidade de fazer os investimentos necessários e construir um processo de mudança nas capitais brasileiras”. Esta é a posição do deputado Zezeu Ribeiro (PT-BA), um dos especialistas em mobilidade urbana, na Câmara dos Deputados.
De acordo com o parlamentar, o Brasil precisa ter uma legislação que garanta a verdadeira integração das classes sociais, a fim de reduzir a necessidade de transporte urbano. “Se as pessoas moram próximas ao trabalho já reduz a necessidade do transporte urbano, nos loteamentos você separa uma área para habitação de interesse social, é necessário que nos centros urbanos, nas áreas hoje degradadas você recupere isso para a habitação de interesse social para criar uma condição de desenvolvimento mais equitativo. Isso reflete na mobilidade, em vez das pessoas terem que se deslocar pra ir ao serviço, o serviço chega até essas pessoas, correios, bancos, escolas, postos de saúde, fazer essas coisas se aproximarem mais das pessoas. Isso se dá num plano num plano da cidade, mas também se dá num plano regional e na integração que temos que fazer com a América Latina”.
O petista baiano fala sobre a sua ida para a Comissão de Viação e Transporte da Câmara. “ Não se resumirá a atuação no âmbito da cidade que já é uma grande tarefa a ser enfrentada. Fiz durante oito anos uma atuação junto a Comissão de Desenvolvimento Urbano, ajudamos na montagem de toda essa legislação de desenvolvimento urbano, do projeto Minha Casa Minha Vida, da lei da regularização fundiária, das condições de acesso à moradia, mas é preciso você pensar isso num Brasil como um todo e na integração do Brasil com a América Latina em particular”, enfatiza.
Zezéu Ribeiro quer debater, também, no parlamento a superação das desigualdades regionais. “A questão nordestina não é um problema nordestino é uma questão nacional, pra você projetar no conjunto das nações você precisa superar as debilidades que você tem, então é preciso tratar diferentemente os desiguais se você tratar igualmente os desiguais você acirra a desigualdade. Nas políticas assistenciais, o Nordeste foi mais beneficiado do que o resto porque a defasagem era maior, porque as carências eram maiores. Nós não queremos o nordeste como um São Paulo tardio, nós queremos um Nordeste com um novo processo de industrialização com as novas relações que se estabeleçam da sustentabilidade ambiental como ativo para esse desenvolvimento”.
(Ana Claudia Feltrim, Rádio TVPT)