A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou no Parlamento gaúcho, nesta tarde (25/01), que a questão do desenvolvimento faz parte da agenda da sustentabilidade, antecipando os debates propostos para a conferência Rio +20. Ela falou sobre o tema na programação do Fórum Social Temático, no Plenário 20 de Setembro, em evento promovido pela Fundação Perseu Abramo (segunda atividade da entidade nesta quarta-feira). Também falaram o presidente da Casa Legislativa, Adão Villaverde (PT), e o governador Tarso Genro.

 O presidente do Parlamento fez a abertura do evento, destacando a importância dos debates do FST na Casa. “Estamos tratando do desenvolvimento sustentável e conexões com as políticas de gestão, seja nos estados e municípios, seja no contexto da América Latina”, frisou. 

 Sobre a Rio +20, que ocorre em junho, a ministra disse que, de acordo com a proposta levada pelo Brasil para discussão na conferência, deve haver mobilização densa dos países tendo em vista os aspectos de inclusão social, desigualdade e degradação ambiental. “É necessário discutir novos modelos econômicos”, afirmou. Conforme Izabella, o país precisa traduzir no evento o que entende por economia verde. Além disso, informou, deve debater a erradicação da pobreza, desde aspectos como segurança alimentar até geração de emprego e renda. “Isto todos os países querem discutir”, ponderou. 

Izabella lembrou que o Brasil é o país com a maior biodiversidade e deve focar também o desenvolvimento de novos medicamentos, algo “estratégico para o planeta”. Além disso, na Rio + 20 deve ser debatida a pauta da segurança energética, segurança alimentar, segurança hídrica, qualidade de vida nas cidades, inclusão de gênero, entre outros.

Cadastramento ambiental

A ministra antecipou que está em teste um sistema de Cadastramento Ambiental Rural (CAR), desenvolvido a partir do debate sobre o Código Florestal. O objetivo, explicou Izabella, é possibilitar que o agricultor acesse um site e possa visualizar sua propriedade, marcar as áreas de reserva legal, de vegetação nativa e de preservação permanente, a fim de regularizá-las. Durante seu pronunciamento, a ministra também fez um apelo no sentido de que não haja retrocesso no debate sobre o novo Código Florestal na Câmara Federal.

Questões chave

O governador Tarso Genro apontou quatro questões chave para o tema da sustentabilidade no planeta, que incluem o tema água e a questão da sua privatização; a produção barata, sustentável e ecológica de energia; a regularização do capital financeiro globalizado; e a participação popular e controle público. “As grandes lutas da sustentabilidade estratégica do planeta ainda não foram assumidas de maneira integral pelos partidos de esquerda em geral”, acrescentou Tarso.

“A sustentabilidade só pode ser constituída como contratendência à acumulação do capital. Portanto, tem que ser invasiva e regulatória da acumulação para mudar os padrões de acumulação capitalista que são destrutivos a todos nós”, acrescentou o governador. 

O deputado Alexandre Postal (PMDB), que deve assumir a Presidência do Parlamento gaúcho na terça-feira (31), participou da programação. A atividade foi coordenada pelo presidente da Fundação Perseu Abramo, Nilmário Miranda, e teve ainda a participação do presidente nacional do PT, Rui Falcão, e da secretária de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores, Iole Ilíada.

 Com informações da Comunicação da FPA

 Foto: Eduardo Quadros

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