Quase dois terços dos entrevistados sabem que há conflitos envolvendo os povos indígenas no Brasil hoje, sendo esta percepção ligeiramente maior entre a população brasileira (61%), que entre os indígenas (58%). No entanto, a percepção destes conflitos é bastante difusa para a população brasileira, que pouco sabe precisar sobre o que se referem, onde ocorrem e quem está envolvido.
A maior parte dos indígenas que percebem os conflitos afirma que estes envolvem terra (73%), sobretudo a invasão das terras indígenas (38%) pelos pecuaristas, fazendeiros, arrozeiros e garimpeiros (36%), somente 2% afirmam que os índios invadem terras alheias. Outros 30% falam em conflitos e disputa pela terra, sem necessariamente mencionar invasões, além de 7% que se remetem a conflitos envolvendo a questão da terra, mas dando destaque a política de demarcação.
Conflitos envolvendo morte, crimes e violência foram mencionados por 24% dos entrevistados, com 11% de menções a brigas e violência mais brandas e 10% envolvendo morte de indígenas. Referências contrárias de violência dos indígenas contra os brancos foram relatadas por uma parcela bem menor, com 3% remetendo a sequestros, fazendo os brancos como reféns ou bloqueios de estradas, ou ainda a invasão de sedes de órgãos públicos (1%).
Conflitos envolvendo o meio ambiente, sobretudo a exploração de recursos naturais como madeira, minérios e petróleo ou desmatamento foram apontadas por 4% dos entrevistados e o direito à manifestações e a reivindicações por infra-estrutura, por 3%, ambos. Os indígenas urbanos reconhece como maior pólo de conflito a Região Centro-Oeste (34%), com destaque para o Mato Grosso do Sul (22%), enquanto a maior parte da população brasileira em geral, acredita que os conflitos estão mais presentes na Região Norte 37%, sobretudo no Amazonas e Pará (12%, ambos os Estados). Na Região Centro-Oeste os conflitos são percebidos por apenas 16% da população nacional. Entre os indígenas, a Região Norte é mencionada como centro de conflitos por 24%, destacando-se o Amazonas, Estado com 13% de menções. Na Região Nordeste, mencionada por 21% dos não aldeados, o Ceará é o Estado da região em que mais se destaca (15%).
Com relação aos povos envolvidos, a população brasileira não soube mencionar, citando indígenas genericamente, selvagens ou várias etnias, sem especificá-las. O povo indígena envolvido em conflitos mais mencionado pela população brasileira foi o Pataxó, ainda assim, por apenas 2%. Já entre os indígenas não aldeados, 81% soube mencionar algum povo envolvido em conflito e a maior referência foi aos Guaranis (15%), seguido pelos Terenas (13%) e Tapebas (11%).
Além dos índios envolvidos nos conflitos, 70% dos não aldeados identificam outros atores, principalmente os fazendeiros, citados por 31% ou simplesmente os brancos (26%). Já entre a população brasileira, a menção a outros atores pouco supera a metade dos que percebem os conflitos (57%) e as menções coincidem, porém com taxas bem menores (19% para fazendeiros e 13% brancos). O governo Lula, governo federal é apontado como envolvido nos conflitos por 9% da população brasileira e 4% entre os indígenas.
A percepção dos conflitos é atual, 27% dos indígenas e 26% da população afirmou que ocorreram no último ano. Mas também não é baixa a taxa dos que sabem de conflitos que ocorrem há mais e 10 anos (17% entre os indígenas e 15% entre a população nacional que identificam os conflitos.
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