A luta por um País cada vez mais  democrático e por um Estado aberto à participação popular é muito antiga e, certamente, uma das demandas capaz de unificar  os mais diversos segmentos organizados da população.

A luta por um País cada vez mais  democrático e por um Estado aberto à participação popular é muito antiga e, certamente, uma das demandas capaz de unificar  os mais diversos segmentos organizados da população.

Essa busca constante por uma sociedade mais justa – que têm nos movimentos sociais seus grandes protagonistas – passa, necessariamente, por relações  trabalhistas decentes, reforma agrária, reforma tributária, democratização dos meios de comunicação, fortalecimento dos partidos políticos e da sua função de representar correntes de pensamento da sociedade brasileira, marcada pela pluralidade.

Ao longo da nossa história essa representação política foi acumulando distorções, fazendo com que hoje diversos segmentos ou regiões estejam sub  representados no Congresso Nacional, que grande parte dos partidos careçam de identidade ideológica, que o poder econômico e midiático interfiram de maneira indevida na escolha de parlamentares e chefes de executivos. É necessário, portanto, uma profunda reforma política para dar mais legitimidade às instâncias de poder. Os trabalhadores e trabalhadoras querem uma reforma discutida e negociada, buscando o convencimento dos legisladores, dos partidos políticos, dos segmentos empresariais, da Academia e da sociedade civil organizada.

Essa reforma, entretanto, só vai acontecer de fato a partir da pressão do povo nas ruas através das suas entidades. Consciente da importância da Reforma, os sindicalistas do PT estão promovendo o debate no interior do movimento sindical e avançando para propostas concretas e ações políticas para colocá-las na pauta.

Resultado desse debate a CUT já definiu suas prioridades e deliberou que vai pra rua defender uma Reforma que atenda os interesses da maioria da população e aprofunde de fato a nossa democracia.

Seis de julho foi o Dia Nacional de Mobilização, em que a CUT “avermelhou” todo o território nacional lutando por uma verdadeira democracia, que não basta existir somente nas relações políticas, é necessário que esteja presente nas relações trabalhistas e sociais.

Vamos lutar por:
a) Financiamento público de campanha. De maneira que o poder econômico não se sobreponha a vontade e aos interesses da maioria da população. Candidatos que  dependem de doação de grandes empresas ou empresários ficam necessariamente comprometidos com suas demandas e obrigados a defendê-las através de leis ou atos executivos;
b) Voto em lista fechada. Basta da despolitização de se votar em celebridades ou em quem faz a propaganda mais bonita. O voto em lista significa valorizar o  voto no programa e na ideologia partidária;
c) Democratização partidária. A exemplo do PT, que elege suas direções pelo voto direto e delibera as candidaturas em convenções, a ordem na lista deve ser decidida de maneira democrática, com critérios justos, contemplando a equidade sexual, a diversidade étnica, geracional e dos diversos segmentos da sociedade;
d) Democracia direta e participativa. A democracia formal foi um conquista do povo brasileiro em geral mas, ir às urnas de dois em dois anos não é suficiente como participação política. As consultas, plebiscitos, referendos e leis de iniciativa popular são fundamentais para que o povo manifeste sua opinião das  mais diversas maneiras. A mudança na tramitação dos projetos de iniciativa popular, que passariam a ter prioridade sobre os demais seria uma importante  mudança, assim como a diminuição da quantidade de assinaturas necessárias para sua apresentação;
e) Democratização dos meios de comunicação. Não é novidade para ninguém a parcialidade dos meios de comunicação, principalmente no período eleitoral. A defesa explícita ou velada de candidaturas e partidos, o ataque, muitas vezes calunioso, àqueles que não rezam pela sua cartilha, a edição de notícias e debates são alguns exemplos. Para que tenhamos uma verdadeira democracia no Brasil é necessário a democratização dos meios de comunicação e seu controle social;
f) Democratização do Poder Judiciário e impedimento da judicialização dos conflitos trabalhistas ou das disputas políticas.

*João Felício, secretário Sindical Nacional do PT.

– Leia a íntegra do jornal Movimentos nº 8 – Especial, clicando aqui