Longe do Palácio do Planalto e empenhado em continuar participando ativamente da política nacional, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convidou as centrais sindicais para discutir uma proposta conjunta de reforma política a ser defendida no Congresso Nacional. O encontro vai ocorrer no dia 27 de maio no Instituto Cidadania – organização não-governamental que Lula voltou a dirigir após deixar a Presidência.

Embora o assunto ainda não seja prioridade no Congresso, partidos e entidades da sociedade civil começam a se mobilizar em torno do tema. O PT escolheu o ex-presidente para intermediar as negociações entre partidos e as organizações.

As centrais já participam do fórum de fundações, partidos de esquerda e entidades progressistas que, desde dezembro, debatem a reforma política. O objetivo do fórum também é construir uma agenda programática comum.

Até o momento, há sete consensos firmados: pelo financiamento público; pelo voto em lista; pela fidelidade partidária e programática; pelo voto obrigatório; pela flexibilização das exigências para apresentação e tramitação de leis de iniciativa popular; contra candidaturas avulsas; e contra a cláusula de barreira e o voto distrital.

Os participantes do fórum enfatizam a necessidade de esclarecer os pressupostos de uma “reforma política democrática”, que ajude a “ampliar a consciência da sociedade”, “avançar o sistema eleitoral”, “corrigir o sistema proporcional” e “aperfeiçoar a democracia participativa”. Nas palavras de Nilmário Miranda, da Fundação Perseu Abramo, “precisamos de reforma política porque o Congresso não representa a sociedade real”.

Na última segunda-feira (16), representantes do PT, PSB, PCdoB e PDT se reuniram com Lula para promover uma articulação política unificada para defender propostas consensuais. No mesmo dia, o presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), se encontrou com o ex-governador José Serra, que insistiu, em vão, na implantação do voto distrital nas eleições de 2012 para municípios com mais de 200 mil habitantes.